Mercado de milho deve recuar até julho
No cenário internacional, os estoques abaixo do esperado nos EUA

Segundo análise da TF Agroeconômica, os preços do milho tendem a seguir um movimento em “V” ao longo do ano. No início da produção, as incertezas climáticas, geopolíticas e de produtividade elevam as cotações. Com a colheita e a entrada do grão nos armazéns, a oferta supera a demanda e os preços caem ao ponto mais baixo do ciclo, justamente no período de julho, quando os agricultores precisam liquidar dívidas da safra.
Após esse pico de oferta, a redução dos estoques tende a reequilibrar o mercado, fazendo os preços subirem no segundo semestre. No entanto, é necessário considerar os custos de armazenagem e financeiros no cálculo de rentabilidade. A recomendação é fixar o preço na B3 agora, aproveitando patamares mais favoráveis.
No cenário internacional, os estoques abaixo do esperado nos EUA e no mundo impulsionaram compras técnicas e elevaram os preços ao maior nível em seis semanas. Os contratos de maio subiram para US$ 4,8950 e os de julho para US$ 4,9625, com expectativa de romper a barreira psicológica dos US$ 5 por bushel. No Brasil, o aumento da demanda interna está limitando as exportações, contribuindo para um aumento nos estoques finais, mesmo com safra menor que a prevista pelo USDA (126 MT). A exportação caiu de 38 para 34 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno subiu de 79,5 para 87,1 milhões de toneladas.
Entre os fatores de baixa, o principal destaque é o pico de oferta previsto entre junho e julho, resultado do bom ritmo de plantio da segunda safra, viabilizado pelo avanço tecnológico e maquinário disponível. Apesar de preocupações iniciais, a produção está garantida. As indústrias de carne, que anteciparam compras e elevaram preços, contribuíram para o desaquecimento das exportações. A tendência, agora, é de continuidade na queda dos preços até o fim da colheita, retomando a alta gradualmente até janeiro de 2026, quando se inicia a colheita da primeira safra 2025/26.