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Soja brasileira pode ganhar espaço com guerra comercial entre EUA e China

Mercado da soja no Brasil vive um momento de oportunidades e cautela



Foto: Divulgação

O mercado da soja no Brasil vive um momento de oportunidades e cautela. A guerra tarifária liderada pelos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, desencadeou oscilações nos preços internacionais e abriu caminho para que o Brasil amplie sua presença no mercado chinês. Segundo informações divulgadas pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a soja brasileira pode se beneficiar diretamente das retaliações chinesas às tarifas norte-americanas.

Com tarifas de até 84% impostas pela China sobre a soja dos EUA, o produto brasileiro ganha competitividade, embora os chineses já estejam bem estocados. A expectativa é de que isso eleve os prêmios nos portos nacionais, favorecendo os preços pagos ao produtor. Apesar disso, os analistas alertam que as exportações não devem crescer significativamente, já que a China já comprava volumes elevados de soja brasileira mesmo antes do conflito comercial.

No mercado interno, a cotação da soja apresentou estabilidade, influenciada por variações cambiais e pelo comportamento dos prêmios nos portos. A média semanal no Rio Grande do Sul ficou em R$ 124,78 por saca, enquanto praças como Não-Me-Toque e Nonoai atingiram R$ 126,00. Em outras regiões, os valores oscilaram entre R$ 106,00 e R$ 123,00 por saca.

Outro fator que movimentou o mercado foi o relatório de oferta e demanda do USDA. O documento manteve praticamente os mesmos números de março, com destaque para o aumento de 1 milhão de toneladas nos estoques finais globais, agora em 122,5 milhões. A tensão permanece no ar, uma vez que Trump alterna medidas protecionistas com recuos pontuais, como a recente trégua de 90 dias nas tarifas para países fora da China.

A recuperação do farelo de soja também chamou atenção. Em Chicago, a tonelada curta subiu 4% entre 04 e 09 de abril, motivada por incertezas na Argentina, onde a empresa Vicentin paralisou suas operações. Por outro lado, o óleo de soja caiu 7,5%, refletindo a queda do petróleo e a concorrência com o óleo de palma.

No Brasil, a colheita da soja já ultrapassa 90%, com o Rio Grande do Sul registrando apenas 39% devido ao atraso climático. A quebra de safra no estado chega a 50%. Mesmo assim, o país exportou um recorde de 14,68 milhões de toneladas em março, 16,5% acima de 2024, reforçando o protagonismo da soja brasileira no comércio global.

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