Como funciona o manejo hídrico no arroz irrigado?

De acordo com Rogério Gonzatto, especialista agronômico da OCP Brasil, a irrigação por inundação é o sistema predominante no cultivo de arroz no Brasil. Para garantir a uniformidade da lâmina de água na lavoura, uma das principais técnicas empregadas é a delimitação em curvas de nível, onde diques, conhecidos como marachas ou taipas, são construídos conforme o relevo do terreno. Esse manejo é essencial para o bom desenvolvimento da cultura e para a eficiência na absorção de nutrientes.  

A presença constante de água ao longo do ciclo do arroz altera significativamente a dinâmica do enxofre (S) no solo. O alagamento possibilita a absorção de S na forma de sulfato (S-SO4) pelas plantas, mas também pode levar à sua imobilização na matéria orgânica da fina camada oxidada na superfície do solo, além da adsorção em sítios de troca aniônica, redução a sulfeto ou mesmo remoção pela infiltração e drenagem da água. O grande desafio para os produtores é minimizar essas perdas e sincronizar a demanda nutricional da planta com a disponibilidade de enxofre no solo.  

Para superar esse desafio, fertilizantes que combinam duas formas de enxofre – sulfato (S-SO4), para absorção imediata, e enxofre elementar (S0), para liberação gradual – têm se mostrado estratégias promissoras. No entanto, Gonzatto ressalta que a forma como o S elementar está presente nos grânulos influencia diretamente a velocidade de sua oxidação e consequente disponibilidade para as plantas. Portanto, o conhecimento sobre o manejo da água e o comportamento do enxofre no solo são fundamentais para otimizar a nutrição do arroz irrigado e maximizar a produtividade da lavoura.