Safra 2025/26 terá menos etanol de cana e mais de milho
Essa restrição de oferta resultará em preços mais altos
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De acordo com o Itaú BBA, o preço do etanol hidratado subiu 6,4% em janeiro, encerrando o mês a R$ 2,94/L em Paulínia-SP. A alta reflete o fim da safra canavieira e a expectativa é de preços ainda mais elevados no primeiro trimestre de 2025, devido a um mercado mais apertado no período de entressafra. Além disso, a produção total de etanol no Centro-Sul deve cair 3,2% na safra 2025/26, com um aumento de 19% na produção de etanol de milho, que chegará a 9,6 bilhões de litros, enquanto a produção de etanol de cana deve recuar 10%, para 23,8 bilhões de litros.
Do lado da demanda, o consumo do Ciclo Otto deve crescer 2,3% na próxima safra, mas a restrição na oferta do biocombustível levará a uma queda de 5,6% no consumo total de etanol. O consumo de etanol hidratado deve recuar 13%, enquanto o anidro deve subir 7%, mesmo com a mistura em 27% na gasolina. Os estoques reduzidos também influenciam a menor disponibilidade do biocombustível no mercado.
Essa restrição de oferta resultará em preços mais altos. A expectativa é que o preço relativo do etanol frente à gasolina nas bombas do estado de São Paulo suba dos atuais 67% para 72% na safra 2025/26. Esse aumento pode impactar a competitividade do biocombustível frente ao combustível fóssil, reduzindo ainda mais sua participação na matriz de transportes. O cenário reflete mudanças estruturais no setor, com o avanço do etanol de milho e um menor mix de etanol na produção das usinas de cana. A evolução desses fatores será determinante para o comportamento do mercado nos próximos ciclos.