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Economia: cortes nos EUA e pressão fiscal no Brasil

No Brasil, a deterioração fiscal persiste,



As incertezas fiscais e as dúvidas sobre o controle de despesas mantém o prêmio de risco elevado As incertezas fiscais e as dúvidas sobre o controle de despesas mantém o prêmio de risco elevado - Foto: Pixabay

O Rabobank aponta que, em setembro de 2024, o Fed nos EUA iniciou o ciclo de afrouxamento monetário, cortando 0,50 p.p. e levando as taxas para 4,75%-5,00%. A economia americana se mantém sólida, com inflação em desaceleração, mas o mercado de trabalho mostra sinais conflitantes. O Fed prevê mais três cortes de 0,25 p.p., finalizando o ciclo entre 4,00%-4,25%, assumindo uma possível vitória de Trump e adoção de tarifas universais em 2025. 

Na Europa, o BCE cortou juros pela terceira vez (0,25 p.p.), mostrando avanços rumo à meta inflacionária. Já na China, o PBOC cortou juros pela sétima vez desde julho, enquanto novos estímulos fiscais são aguardados. No Japão, a elevação de juros impactou operações de "carry trade", pressionando o real.

No Brasil, a deterioração fiscal persiste, elevando o prêmio de risco e depreciando o real. A projeção de déficit primário é de -0,6% do PIB em 2024 e -0,9% em 2025, com incertezas sobre receitas. A Moody’s elevou o rating do Brasil para Ba1, mas alerta para os riscos fiscais. Com um PIB projetado para crescer 3,1% em 2024 e 1,8% em 2025, a atividade deve perder força no segundo semestre devido à inflação em alta e à política restritiva.

“Em relação ao câmbio, apesar de números robustos na balança comercial e um diferencial crescente entre os juros domésticos e globais até o 1525, o dólar apreciou-se até R$ 5,70 no início de outubro de 2024, vindo de R$ 4,85 em dezembro de 2023. As incertezas fiscais e as dúvidas sobre o controle de despesas mantém o prêmio de risco elevado, depreciando o real. Além disso, um possível aumento de juros pelo Banco Central do Japão pode reduzir o interesse por ativos de risco como o real brasileiro. Assim, vemos o dólar em movimento de apreciação dos níveis atuais até a metade do 1525, sendo negociado ao redor de R$ 5,32 no fim de 2024, porém, deve depreciar ao fim de 2025 em direção a R$ 5,35”, completa.
 

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