CI

Milho brasileiro perde fôlego nos preços e pode depender de safrinha

Queda nos preços foi motivada também pela expectativa de novas entradas do grão



Foto: Pixabay

Os preços do milho recuaram no mercado brasileiro na última semana, com os compradores se afastando das negociações diante de estoques já abastecidos. De acordo com a CEEMA, a queda nos preços foi motivada também pela expectativa de novas entradas do grão, com a colheita do milho verão avançando e o plantio da segunda safra concluído em boa parte do país.

Apesar das cotações em alta em Chicago, impulsionadas pela redução nos estoques finais nos Estados Unidos, o Brasil vive uma realidade diferente. Segundo dados do CEEMA, a produção de milho prevista para 2024/25 poderá ser insuficiente para atender à demanda interna, que inclui um aumento significativo da utilização do cereal na produção de etanol. Esse cenário pode levar o país a aumentar suas importações, especialmente do Paraguai, que já responde por grande parte dos volumes trazidos do exterior.

No campo, a colheita do milho verão já alcança 60% da área cultivada, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde 83% da área já foi colhida. Porém, há preocupação com a safrinha, especialmente no Paraná, onde parte das lavouras apresenta condições ruins. No Mato Grosso, a comercialização da safra 2023/24 já chega a 98,9%, enquanto a safra 2024/25 atinge 41,9%.

Os preços praticados no Brasil ainda estão acima da paridade de exportação, o que limita o apetite do mercado internacional. Em março, o milho chegou a R$ 76,00 por saca em Sorriso (MT), próximo à máxima histórica. Já nos primeiros dias de abril, a exportação foi tímida: apenas 9.898 toneladas, com preço médio de US$ 232,60/tonelada, valor 35,4% menor do que o registrado em abril de 2024.

A CEEMA destaca que, mesmo com possibilidade de aumento na demanda externa por conta da guerra comercial, o Brasil precisa garantir uma boa safrinha para manter sua posição no mercado global. Sem isso, as exportações poderão cair até 3 milhões de toneladas em relação ao ano passado.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.