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Pequenos produtores impulsionam a silvicultura

Silvicultura avança em áreas específicas do RS



Foto: Pixabay

O cultivo florestal no Rio Grande do Sul apresenta cenários distintos entre as regiões, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (10). Em Passo Fundo, a atividade é considerada pouco expressiva, com novas implantações praticamente inexistentes. As áreas em produção correspondem, em sua maioria, a plantios realizados na primeira década dos anos 2000, atualmente em fase avançada de colheita. A escassez da matéria-prima tem levado à importação de madeira, especialmente para geração de energia.

Em Lajeado, a silvicultura é desenvolvida predominantemente por pequenos produtores familiares em áreas de difícil manejo. Nos municípios de Pouso Novo e Progresso, a atividade representa importante fonte de arrecadação por meio do retorno de ICMS. Atualmente, a região conta com cerca de 3.500 hectares explorados com florestas exóticas. Em Pouso Novo, aproximadamente 2.268 hectares são ocupados por eucalipto e 60 hectares por Pinus elliottii. A produção anual estimada é de 30 mil metros estéreos de lenha e 2 mil metros cúbicos de madeira serrada, como tábuas, pranchas, costaneiras, postes e moirões.

A produtividade, segundo a Emater/RS-Ascar, é considerada mediana. “Não se utiliza adubação de correção, calagem, nem replantio até o terceiro ou quarto corte”, aponta o informativo. Os rebrotes são explorados de forma contínua, o que limita a produção por hectare. O pinus é destinado, majoritariamente, à indústria moveleira.

A topografia acidentada, o solo raso e pedregoso e o clima da região dificultam o cultivo de plantas anuais, favorecendo atividades como a silvicultura, a fruticultura e as pastagens perenes. A maior parte dos plantios de eucalipto tem como destino a produção de lenha. Cerca de 20% da produção é direcionada à serraria, por meio da seleção de plantas com fustes mais espessos.

O manejo dos eucaliptais é limitado, sendo realizado basicamente o controle de formigas e a limpeza inicial das mudas. Já os plantios de pinus são raleados e conduzidos com mais rigor, voltados à produção de madeira de maior qualidade.

O estado fitossanitário das florestas é considerado adequado, com mortalidade inferior a 1% causada por doenças fúngicas, bacterianas ou viroses. As mudas utilizadas são de boa procedência, com destaque para as espécies Eucalyptus dunnii, E. saligna e E. grandis. A produtividade média no primeiro corte é de 300 estéreo por hectare, caindo para 220 estéreo por hectare no segundo corte, com rebrota.

A lenha de eucalipto é comercializada com empresas de geração de energia térmica nos municípios de Tapejara, Passo Fundo, Cruz Alta e Ibirapuitã. Pequenos volumes são vendidos a fumicultores em Progresso e Fontoura Xavier. A madeira de serraria é negociada diretamente com compradores locais, como serrarias de Progresso, São José do Herval, Fontoura Xavier e Marques de Souza.

Os preços variam conforme o estágio e a forma de comercialização. O metro estéreo de lenha é vendido por R$ 45,00 quando em pé, ou R$ 85,00 quando empilhado à beira da estrada. A madeira de tora é negociada com base em medição no caminhão carregado, com valores em torno de R$ 90,00 por metro.

Na região de Frederico Westphalen, as atividades de manejo continuam em ritmo regular. São realizadas ações como preparo do solo, plantio de mudas, controle de formigas e adubação. Em florestas com dois a três anos, a poda é realizada para melhorar a qualidade da madeira. Em áreas com seis a sete anos, o desbaste visa favorecer o crescimento das árvores remanescentes e a colheita futura.

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