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IPCA sobe 0,56% em março e alimentos lideram alta

No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,48%



Foto: Pixabay

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 0,56%, segundo dados divulgados pelo IBGE. Embora o índice tenha desacelerado em relação a fevereiro, quando havia registrado 1,31%, o resultado representa o maior IPCA para um mês de março desde 2023. No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,48%, superando os 5,06% registrados nos 12 meses anteriores, e já soma 2,04% no ano.

Para o agronegócio, o destaque do mês é o avanço do grupo Alimentação e bebidas, que teve alta de 1,17%, sendo responsável por 45% do índice de março. A aceleração, que em fevereiro havia sido de 0,70%, reflete diretamente na cadeia agroalimentar, já que muitos dos produtos que encareceram têm origem no campo. A alimentação no domicílio subiu 1,31%, puxada pelas fortes altas do tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%).

Essa tendência de alta nos alimentos impacta tanto o consumidor final quanto o produtor rural, que lida com os efeitos no custo de insumos e insatisfação dos mercados. Em contrapartida, alguns produtos agrícolas importantes para a mesa do brasileiro, como o óleo de soja (-1,99%), o arroz (-1,81%) e as carnes (-1,60%), apresentaram queda nos preços, indicando variações sazonais e de oferta que devem ser acompanhadas com atenção.

No segmento de transporte, relevante para a logística do agronegócio, houve aumento médio de 0,46%. O destaque foi para a gasolina, que subiu 0,51%, e a passagem aérea, com variação de 6,91%. Embora esses percentuais tenham desacelerado em relação a fevereiro, ainda mantêm pressão sobre os custos de escoamento da produção, especialmente nas regiões mais dependentes de modais rodoviários e aéreos.

A região Sul do país foi particularmente afetada pela alta nos combustíveis. Porto Alegre registrou uma das maiores variações regionais do IPCA (0,76%) devido ao aumento de 2,43% na gasolina. Curitiba também se destacou com 0,76%, sendo influenciada por reajustes semelhantes. Já Rio Branco e Brasília tiveram as menores variações, ambas de 0,27%, favorecidas pela queda nas passagens aéreas e adoção de tarifa zero no transporte público.

Paralelamente, o INPC, que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, também avançou 0,51% em março. No acumulado de 12 meses, o índice chegou a 5,20%. Os produtos alimentícios, mais sensíveis à população de baixa renda e ao setor agrícola, aceleraram de 0,75% em fevereiro para 1,08% em março, sinalizando uma pressão inflacionária persistente que pode influenciar decisões de consumo e de plantio.

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