Clima como aliado no controle de pragas no milho
O estudo foi conduzido por quatro anos

Segundo a Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto (Febrapdp), práticas agrícolas sustentáveis dependem da integração entre manejo adequado do solo, uso racional de insumos e tecnologias climáticas. Uma pesquisa do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, reforça essa visão ao mostrar que o monitoramento agrometeorológico permite prever o comportamento de pragas no milho, otimizando o uso de defensivos agrícolas e reduzindo impactos ambientais.
O estudo foi conduzido por quatro anos em diversas regiões do Estado de São Paulo e avaliou como variáveis como temperatura e precipitação influenciam o surgimento de insetos, fungos, bactérias e vírus nos milharais. Foram identificadas as condições ideais para o desenvolvimento de pragas como lagarta-do-cartucho, cigarrinha-do-milho e diabrótica, permitindo a elaboração de mapas climáticos que indicam, semanal ou mensalmente, o risco de infestação.
A ferramenta possibilita ao agricultor antecipar a compra e o uso de defensivos de forma precisa, evitando aplicações desnecessárias. A pesquisadora Angélica Prela Pantano, do IAC/APTA, destaca que o sistema classifica o potencial de infestação em três níveis: favorável, razoável e desfavorável, facilitando decisões estratégicas e sustentáveis. A cigarrinha, por exemplo, cresce mais sob temperaturas elevadas, enquanto a lagarta prefere períodos secos.
Com dados do Ciiagro, o sistema gera previsões de até 45 dias, permitindo um manejo mais eficiente e integrado. A Febrapdp ressalta que essas inovações fortalecem o Sistema Plantio Direto ao aliar produtividade e preservação ambiental, pilares para a agricultura do futuro.