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Cafeicultura exige planejamento e adaptação

Oportunidades e desafios no mercado de café são discutidos na Fenicafé



Foto: Pixabay

Durante palestra na 28ª edição da Fenicafé, o produtor rural e consultor em agronegócio Lúcio Dias apresentou uma análise sobre as oportunidades e os desafios enfrentados pela cafeicultura brasileira nos mercados nacional e internacional. O especialista compartilhou estratégias voltadas ao aumento da competitividade e da sustentabilidade na produção de café, com ênfase em qualidade, gestão e adaptação ao cenário econômico.

Segundo Lúcio, os produtores devem buscar soluções que aumentem a eficiência e reduzam os custos operacionais. “Investir em soluções que reduzam custos e aumentem a produtividade é fundamental para o futuro da cafeicultura. O mercado está com boas margens e, como se diz, 'lucro no bolso não faz mal a ninguém'. Portanto, é o momento de realizar os resultados”, afirmou.

Para proteger a renda diante da volatilidade do setor, ele recomendou o uso de mecanismos financeiros. “Fazer hedge, proteger parte da produção e aproveitar as boas margens de lucro pode ser uma boa estratégia. O mercado está aberto a essas oportunidades, e é hora de realizar os ganhos”, completou.

O consultor também enfatizou a importância de um posicionamento competitivo diante de consumidores mais exigentes. “Os consumidores estão mais conscientes e exigentes sobre o café que consomem. A qualidade deve ser nossa prioridade, e devemos agregar atributos que atendam a essas expectativas. Conquistamos grandes mercados, mas nossos concorrentes estão ávidos para ocupar o nosso espaço. Manter e cativar nossos clientes deve ser o foco", explicou.

A sustentabilidade foi outro ponto destacado na apresentação. Lúcio defendeu práticas que alinhem produtividade e responsabilidade social. “O desafio é agregar valor não só no produto, mas também nas práticas que envolvem a produção, como o respeito à legislação trabalhista e o cuidado com o ser humano e a comunidade. Isso será, sem dúvida, refletido em mais valor monetário para o café e na preferência dos consumidores”, afirmou.

Durante a palestra, ele ressaltou que a cafeicultura demanda altos investimentos e apresenta riscos consideráveis. “Ser produtor rural no Brasil é uma verdadeira religião, é preciso ter fé, amor, resiliência e persistência. Para o café, isso é ainda mais intenso. O mercado é altamente inconstante, e o componente financeiro é enorme. Portanto, a gestão e o planejamento são essenciais para a sustentabilidade da produção”, pontuou.

O crescimento do mercado de cafés especiais também foi abordado. Lúcio destacou a necessidade de estrutura adequada e mão de obra qualificada para acessar esse nicho. "Para produzir cafés especiais, o próprio nome já diz, tem que ser algo especial. O produtor precisa ter uma propriedade adequada e uma equipe qualificada para atender as exigências do mercado. A liquidez desse mercado é diferente da de café commodity, e, muitas vezes, os prêmios não acompanham a alta dos preços. Por isso, é importante atender ao cliente no momento certo”, explicou.

Lúcio finalizou a palestra com um alerta sobre o cenário econômico nacional. Segundo ele, a alta histórica dos juros no Brasil exige cautela no planejamento financeiro dos produtores. "O que mudou no mercado ultimamente foi o fortalecimento econômico dos produtores. Ainda assim, é preciso ter cuidado e planejamento financeiro", concluiu.

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