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RS: agricultura enfrenta impactos devastadores das enchentes

Deslizamentos, inundações e erosão comprometeram a estrutura dos solos


Foto: Divulgação

A catástrofe climática recente deixou um rastro de destruição no setor agropecuário do Rio Grande do Sul. Os primeiros levantamentos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico revelam que as perdas parciais na produção agrícola são os principais danos, afetando 25,75% dos produtores rurais. Seguem-se os danos à infraestrutura, como galpões e estradas (11,71%), e a perda de animais (3,68%).

Os prejuízos vão além das perdas imediatas. A logística de escoamento, transporte e armazenamento de grãos foi gravemente prejudicada devido aos danos em rodovias, ferrovias e portos. A escassez e o encarecimento de produtos agrícolas, especialmente frutas, verduras e legumes, já são notáveis. A pecuária também sofre com a perda de pastagens e a mortalidade de rebanhos, aumentando os custos logísticos do setor.

Apesar de a colheita das principais lavouras de soja, milho, arroz e feijão (safra de primavera-verão 2023/2024) ter sido concluída antes da catástrofe, as áreas agrícolas enfrentam sérias dificuldades. Deslizamentos, inundações e erosão comprometeram a estrutura química, física e biológica do solo, afetando a próxima safra de inverno e possivelmente a de verão de 2024/2025.

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (COPAAERGS) destaca que as perdas ainda estão sendo avaliadas. No entanto, eles consideram crucial fornecer orientações gerais aos produtores rurais para a retomada gradual das atividades agrícolas. As orientações incluem:

  • Segurança e alerta: Priorizar a segurança pessoal e seguir avisos da Defesa Civil.
  • Planos de recuperação: Acompanhar os planos de recuperação que serão lançados após os levantamentos completos dos danos.
  • Assistência técnica: Buscar apoio da Emater para a recuperação das propriedades.
  • Políticas de crédito: Ficar atento às políticas de crédito para propriedades atingidas.
  • Uso do solo: Repensar a aptidão do uso do solo em áreas severamente afetadas por deslizamentos e inundações, podendo ser necessário deslocar áreas produtivas para locais mais seguros.
  • Drenagem e análise de solo: Realizar drenagem do solo onde houver acúmulo de umidade e análises para verificar a fertilidade e necessidade de correções.
  • Cobertura e conservação do solo: Implantar plantas de cobertura para melhorar as características do solo e adotar práticas de manejo para prevenir futuros eventos extremos.
  • Produção animal: Em áreas de produção animal, utilizar suplementação alimentar, reforçar a profilaxia e manter a sanidade dos animais, especialmente bovinos.

Para os citricultores e vinicultores, recomenda-se a recomposição dos pomares com mudas certificadas e ajustes na carga de produção para o próximo ciclo. Tratamentos fitossanitários e cuidados culturais também são essenciais para minimizar os impactos.

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