Conab aponta queda na batata e alta no tomate
Preços de hortaliças variam nos entrepostos

A continuidade da colheita da safra das águas tem influenciado os preços da batata nos principais mercados atacadistas do país. De acordo com o 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (24) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços da batata apresentaram queda de 5,34% na média ponderada das principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas.
Segundo o levantamento, o comportamento de baixa se mantém desde dezembro de 2024. A alface também registrou redução, com média ponderada em recuo de 8,08%. De acordo com a Conab, "essa diminuição de preços foi puxada, principalmente, pelas centrais de São Paulo, Belo Horizonte e Recife", onde as quedas chegaram a 14,32%, 21,89% e 60,79%, respectivamente. O volume elevado de comercialização e a queda na qualidade do produto, afetado por chuvas e altas temperaturas, explicam o cenário observado.
Em contraste, outras hortaliças apresentaram alta nos preços. O tomate teve valorização, impulsionada pela redução da oferta e pela aproximação do final da safra de verão. A oferta do produto em março foi 3,3% menor em relação a fevereiro, 13,2% abaixo do volume de janeiro e 15,1% inferior ao registrado em dezembro de 2024.
A cebola também teve aumento nos preços, com alta média de 11,44%. Conforme a Conab, "o comportamento é típico para o período, considerando a concentração da produção no Sul do país", embora a intensidade da alta tenha sido menor que nos anos anteriores. Já a cenoura registrou valorização mais discreta, de 3,26% na média ponderada.
No setor de frutas, o boletim apontou estabilidade nos preços. A maior variação foi da maçã, com recuo de 2,02%, atribuída à intensificação da colheita da variedade Fuji. A banana apresentou leve queda de 0,48%, enquanto o mamão teve baixa de 0,42% na média ponderada. Apesar disso, a Conab destaca que "o comportamento de preços não foi uniforme entre os entrepostos", com maior oferta da variedade formosa e restrição de papaya.
A melancia registrou oscilação tanto de preços quanto de comercialização, com estabilidade na média. No início de março, os valores estiveram mais altos devido à menor oferta com o fim da safra no Rio Grande do Sul e a baixa colheita na Bahia. Já na segunda quinzena, a produção aumentou em São Paulo, com previsão de encerramento da safra ainda em abril.
A laranja teve leve valorização de 0,14%, mas com menor qualidade das frutas e demanda reduzida da indústria, parte do volume foi direcionado ao consumo in natura. "O cinturão citrícola vive o fim da colheita das laranjas tardias, enquanto a nova safra, com frutos precoces, ainda está em fase inicial", informou a estatal.
No cenário externo, o desempenho das exportações no primeiro trimestre de 2025 foi positivo. O volume total embarcado chegou a 301 mil toneladas, aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2024. O faturamento foi de US$ 311 milhões (FOB), crescimento de 7% sobre 2024 e de 23% em comparação com 2023.
Os dados do boletim Prohort foram compilados com base em informações das Ceasas de São Paulo e Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), São José (SC), Goiânia (GO), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC).