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Produtores catarinenses esperam safra de trigo promissora

Santa Catarina registra elevação nos preços do trigo



Foto: Seane Lennon

De acordo com os dados da edição de outubro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, os produtores catarinenses de trigo começaram a ver os preços reagirem em setembro, com um aumento médio mensal de 4,33%. Na comparação anual, o trigo em Santa Catarina registrou um aumento real de 17,28%. Em contraste, o Rio Grande do Sul teve uma leve queda de 0,84% em setembro, mas no acumulado do ano, os preços subiram 13,35%. Já no Paraná, o aumento anual do preço foi expressivo, atingindo 46,90%.

A comercialização da safra anterior já está quase totalmente concluída, e com os moinhos abastecidos, os preços tiveram uma valorização no mês de setembro. No curto prazo, os preços continuam a subir, com um acréscimo de 0,82% nos primeiros dez dias de outubro, em comparação com a média de setembro.

De acordo com o relatório de setembro do WASDE/USDA, a produção mundial de trigo para a safra 2024/25 deve atingir um recorde de 796,9 milhões de toneladas, apesar das perdas na União Europeia, principalmente na França e Alemanha, devido às condições climáticas adversas. Esse déficit foi compensado pelo aumento da produção na Austrália e na Ucrânia, estimada em 32 milhões e 22,3 milhões de toneladas, respectivamente. O consumo global de trigo, por sua vez, está estimado em 804,9 milhões de toneladas, com estoques finais projetados em 257,2 milhões de toneladas, conforme as informações divulgadas pelo Boletim Agropecuário. 

Entre os destaques do relatório está a revisão dos estoques finais, que devem aumentar no Canadá, Brasil e Cazaquistão, compensando as reduções na Austrália e no Reino Unido.

Santa Catarina continua a desempenhar um papel importante no cenário nacional como importador de trigo, principalmente de farinha. Em 2023, o estado foi responsável por 22,21% das importações brasileiras de farinha de trigo, ficando atrás apenas do Paraná. Em 2024, até setembro, Santa Catarina já importou cerca de 6,3 mil toneladas de farinha, ao custo de US$ 2,5 milhões. Embora o volume tenha aumentado 1,6% em relação ao ano anterior, o valor desembolsado caiu 7,4%.

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Durante o mês de setembro, as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de trigo no estado. Nas microrregiões de Araranguá, Criciúma e Tubarão, 86% das áreas cultivadas já estão em fase de floração, e 11% já atingiram a maturação. A qualidade das lavouras é considerada boa em 97% dos casos.

Nas regiões de Lages e Canoinhas, as lavouras seguem com excelente desenvolvimento, impulsionado pelas boas condições climáticas. Em Concórdia e Joaçaba, as chuvas regulares e a amplitude térmica contribuem para uma expectativa de safra excelente, com lavouras sadias e livres de pragas.

No extremo oeste catarinense, em São Miguel do Oeste, a colheita já começou em 65% das áreas cultivadas, com grãos de boa qualidade. As condições climáticas foram extremamente favoráveis em todo o estado, com chuvas acumuladas acima de 90 mm e temperaturas médias de 25,9°C em setembro, o mês mais quente desde 1961, segundo o INMET.

Apesar das boas condições climáticas observadas até agora, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) alerta para o possível início do fenômeno La Niña durante a primavera de 2024. Mesmo assim, até o momento, 70% da área plantada está em fase de florescimento e 13% já alcançou a fase de maturação.

A área plantada estimada para esta safra é de 121 mil hectares, uma redução de 11,8% em relação à safra passada. No entanto, a produtividade média estadual deve aumentar 59,5%, chegando a 3.569 kg/ha, com uma produção esperada de 433 mil toneladas, volume próximo ao recorde de 482 mil toneladas registrado em 2022/23.

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