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Exportações aquecem mercado de suínos

Santa Catarina lidera exportações de carne suína



Foto: Pixabay

De acordo com os dados da edição de outubro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, os preços do suíno vivo nos principais estados produtores do Brasil apresentaram alta nas duas primeiras semanas de outubro em comparação ao mês anterior, embora em ritmo mais lento do que nos meses anteriores. Este desempenho é atribuído ao bom resultado das exportações brasileiras e à oferta restrita de animais prontos para abate. Na comparação anual, os preços de outubro de 2024, corrigidos pelo IGP-DI, mostram variações expressivas, com aumentos de 36,2% em Minas Gerais, 35,8% no Paraná, 35,4% em São Paulo, 32,6% no Rio Grande do Sul e 21,1% em Santa Catarina.

Em Santa Catarina, um dos maiores estados produtores de suínos, a diferença de preços entre os tipos de produtores também foi notável. Para os produtores independentes, houve um aumento de 1% nas duas primeiras semanas de outubro em comparação ao mês anterior, enquanto os produtores integrados registraram uma elevação de 3,1%. Na comparação com outubro de 2023, o aumento foi de 30,4% para os independentes e 13,6% para os integrados.

Os preços de carne suína no atacado também variaram conforme o corte. Houve alta nos preços do pernil (3,0%), da carcaça (2,4%) e do carrê (0,6%), mas queda na costela (-0,9%) e no lombo (-0,3%). No acumulado do ano, os cortes de carne suína tiveram uma alta média de 8,5%, com destaque para a carcaça, que subiu 21,3% na comparação entre outubro de 2024 e o mesmo mês do ano anterior.

No que diz respeito aos custos de produção, de acordo com a Embrapa Suínos e Aves, o custo de produção de suínos em ciclo completo em Santa Catarina foi de R$ 5,91/kg de peso vivo em setembro, uma alta de 0,2% em relação a agosto, mas ainda 3,1% abaixo do custo registrado no mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, os custos caíram 4,6%.

O mercado de suínos no Brasil registrou variações positivas em outubro de 2024, com aumento nos preços dos leitões e uma elevação no valor do milho, impactando diretamente a relação de troca insumo-produto. Comparando os preços de outubro deste ano com os de 2023, corrigidos pelo IGP-DI, houve alta de 15,2% no valor dos leitões de 6 kg a 10 kg, e de 12,3% para os leitões de aproximadamente 22 kg.

Essa valorização é reflexo de uma oferta limitada de leitões e do aumento nos custos de produção, influenciados principalmente pelo preço do milho. Nas duas primeiras semanas de outubro, a relação de troca insumo-produto – que mede o poder de compra dos produtores em relação aos custos de insumos – subiu 2,1% em comparação a setembro. Esse aumento foi impulsionado pela alta de 5,7% no preço do milho na região Oeste, parcialmente compensada pela elevação de 3,5% no valor do suíno vivo.

No entanto, a relação de troca ainda está 6% abaixo do registrado em outubro de 2023, indicando que, apesar do ajuste recente, os produtores enfrentam uma situação mais desafiadora do que no ano anterior. O aumento do preço do milho está diretamente relacionado ao clima quente e seco que afeta, principalmente, a região Centro-Oeste, onde ocorre a semeadura da safra de verão. A falta de chuvas pode comprometer o desenvolvimento das lavouras, gerando incertezas sobre a oferta futura do grão e incentivando os agricultores a reterem seus estoques, o que pressiona ainda mais o preço do insumo.

Paralelamente, o desempenho das exportações brasileiras de carne suína segue em alta. Em setembro, o país exportou 117,8 mil toneladas de carne suína, incluindo cortes in natura, industrializados e miúdos. Esse volume representa um aumento de 2,1% em relação a agosto e de 8,8% na comparação com setembro de 2023. As receitas provenientes dessas exportações também subiram, atingindo US$ 281,1 milhões, alta de 2,7% em relação ao mês anterior e de 16,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Santa Catarina, principal estado exportador de carne suína do Brasil, registrou exportações de 61,4 mil toneladas em setembro, uma queda de 0,7% em relação a agosto, mas um aumento de 10,1% em comparação com setembro de 2023. As receitas atingiram US$ 150,3 milhões, crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior e de 18,0% na comparação anual. A maioria dos principais destinos das exportações catarinenses, como Filipinas e Japão, apresentou aumentos nas quantidades adquiridas e nas receitas geradas em setembro, enquanto a China registrou uma redução de 17,2% no volume comprado e 9,2% na receita gerada.

Até setembro, Santa Catarina produziu e destinou ao abate 13,59 milhões de suínos, uma leve alta de 0,1% em relação ao mesmo período de 2023. O abate no terceiro trimestre de 2024 registrou um aumento de 1,0% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

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