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Agricultores dos EUA aderem às vendas digitais e enfrentam desafios com custos e preços

Vendas digitais de grãos crescem nos EUA, mas mercado ainda desafia produtores



Foto: Expodireto Cotrijal

A venda de grãos nos Estados Unidos passa por uma transformação impulsionada pela tecnologia. De acordo com Cody Gerlach, diretor de vendas estratégicas da Barchart, o uso de plataformas digitais vem ganhando relevância entre os agricultores norte-americanos. "Na Barchart, observamos que 16% das ofertas foram inseridas pelos agricultores através de um aplicativo digital", revelou Gerlach em sua palestra no evento Top Farmers, destacando que a digitalização está deixando de ser apenas uma tendência para se tornar uma prática consolidada.

Atualmente, existem cerca de 1,9 milhão de fazendas nos Estados Unidos, sendo 95% delas propriedades familiares. Grande parte das terras é voltada para a produção de soja, milho e pecuária, que ocupam 75% das áreas cultivadas no país. Embora o preço dos insumos tenha mostrado alguma estabilidade, o custo de produção continua sendo uma preocupação para os agricultores. "Os custos de fertilizantes e equipamentos recuaram um pouco, mas a mão de obra ainda é cara e escassa", pontuou Gerlach. Além disso, 90% dos agricultores aderem ao seguro-safra (Crop Insurance) para mitigar riscos, mas a pressão nos custos não tem sido compensada pelos preços de mercado.

Gerlach destacou que os preços à vista para soja e milho estão abaixo de US$ 4 por bushel, segundo levantamento da Iowa State University, o que representa um desafio para muitos produtores. "O custo de produção é maior que o preço atual no mercado de Chicago, e muitos agricultores enfrentam retornos negativos, especialmente se a propriedade não for totalmente deles", explicou.

A comercialização de grãos nos EUA está sendo redefinida com a crescente adesão às plataformas digitais. "Observamos que 16% das ofertas de grãos foram realizadas por meio de um aplicativo digital, e esse número tende a crescer", informou o diretor da Barchart. O movimento é liderado pelos grandes produtores, mas também inclui pequenos agricultores, que começam a se familiarizar com essas ferramentas.

A volatilidade do mercado agrícola é moldada por uma série de fatores econômicos e geopolíticos. "O valor do dólar, a demanda interna e externa, a produção no Brasil e nos EUA, além de conflitos internacionais e o calendário eleitoral americano, são forças que ditam os rumos do setor", analisou Gerlach.

O uso de tecnologia, segundo Gerlach, será fundamental para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades no mercado global de grãos.

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