Abitrigo discute desafios do trigo em 2024

A Associação Brasileira da Indústria do trigo (Abitrigo) realizou, em 15 de outubro, o Webinar “Safra de trigo Internacional 2024”, para discutir os desafios e perspectivas do setor. Eduardo Assêncio, superintendente da Abitrigo, destacou a quebra de safra no Sul do Brasil e as dificuldades causadas por questões geopolíticas. Ele afirmou esperar uma estabilização a partir de 2025, criando um cenário mais favorável. A moderação do evento ficou a cargo de Pedro Sampaio, diretor de Suprimentos da J. Macêdo, que enfatizou a complexidade do mercado global, marcada por conflitos e clima extremo. Ele também mencionou a influência da Rússia e o fato de o Brasil agora ser um exportador de trigo.

Miguel Galdos, diretor regional da U.S. Wheat Associates, ressaltou a longa relação comercial entre Brasil e Estados Unidos no setor. Ele mencionou que, segundo o USDA, a produção norte-americana de trigo para 2024/2025 está prevista para 53,7 milhões de toneladas, superando a safra anterior. As exportações dos EUA também devem crescer, passando de 19,2 milhões para 22,5 milhões de toneladas. Galdos destacou o aumento da participação da variedade Red Spring no mercado das Américas, o que evidencia a diversidade e a qualidade do trigo norte-americano.

Guido Vera, da empresa paraguaia Unexpa, apresentou dados positivos para a safra 2024/2025 no Paraguai, com plantio de 390 mil hectares. A produção superou expectativas, alcançando 1,2 milhão de toneladas, com saldo de exportação de 400 mil toneladas para o Brasil, seu principal destino. A nova ponte entre Presidente Franco e Foz do Iguaçu deve facilitar ainda mais as exportações. Por outro lado, no Uruguai, Catalina Rava, do Ministério da Agricultura, alertou para a queda de 19% na produção de trigo, devido a problemas climáticos. Mesmo assim, o país manteve uma área significativa de cultivo e aumentou exportações para o Brasil.