Clima pode impactar safra de soja no Brasil e Argentina
USDA reduz projeção da safra global de soja em 2025
De acordo com os dados da edição de janeiro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo a estimativa da safra mundial de soja de 2024/25, reduzindo de 427,1 milhões de toneladas (dezembro/2024) para 424,2 milhões de toneladas (janeiro/2025). A menor projeção impulsionou os preços na Bolsa de Chicago, onde o contrato para março/2025 ultrapassou US$ 10 por bushel.
No entanto, a expectativa de produção recorde no Brasil, estimada em 166,3 milhões de toneladas – um aumento de 12,5% em relação à safra anterior –, limitou uma alta maior nos preços. O clima segue como fator determinante para os próximos meses, especialmente em relação às chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil e da Argentina.
A decisão do governo argentino de reduzir tarifas agrícolas pode intensificar a concorrência com a soja brasileira no mercado internacional. Além disso, a valorização do dólar frente ao real tem um efeito duplo: ao mesmo tempo que torna as exportações mais atraentes, também eleva os custos de importação de insumos agrícolas.
O Ministério da Agricultura notificou recentemente não conformidades em carregamentos de soja de cinco empresas brasileiras, incluindo presença de resíduos de pesticidas e pragas quarentenárias detectadas por autoridades chinesas. Apesar da situação, a medida não deve gerar impactos no mercado.
A produção estadual de soja segue estimada em 2,25 milhões de toneladas, com monitoramento contínuo por parte dos órgãos brasileiros e chineses.