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Guerra comercial e inflação elevam preocupações no Brasil

Inflação e guerra comercial elevam desafios no Brasil



Foto: Divulgação

Segundo o apontado no artigo publicado pela Veeries Vision, "A inflação dos alimentos e o apetite para intervir", a escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais está gerando impactos diretos sobre a inflação no Brasil, ampliando as preocupações do governo em relação ao preço dos alimentos. O aumento dos custos tem levado a uma série de discussões sobre medidas de contenção, enquanto a infraestrutura logística do país enfrenta gargalos que podem comprometer o escoamento da produção agrícola.

A valorização das exportações brasileiras, impulsionada pelo aumento das tarifas americanas sobre produtos chineses e pela retaliação de seus parceiros comerciais, tem pressionado os preços internos. A soja brasileira, por exemplo, se tornou ainda mais competitiva no mercado chinês, o que pode encarecer seu valor no Brasil. Diante desse cenário, o governo já esboçou diferentes estratégias para conter a inflação.

De acordo com a Veeries, entre as primeiras ações esteve a proposta de taxar exportações, que não avançou. Posteriormente, foi anunciada a redução a zero das tarifas de importação de produtos como café, carnes, açúcar e milho. No entanto, especialistas apontam que a medida pode ter impacto limitado. "Em muitos casos, como o milho, a isenção ainda não deixa os produtos importados competitivos no mercado doméstico brasileiro", destaca a análise.

O governo federal também pressiona os estados a zerarem o ICMS sobre itens da cesta básica, medida já adotada por São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Piauí. "O problema é se as intervenções acabarem tendo efeitos colaterais piores do que o mal que se pretende combater" salienta. 

Na última sexta-feira 7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "não descarta medidas mais drásticas" para conter a alta dos alimentos, sem especificar quais poderiam ser essas ações. As declarações reforçaram as incertezas do mercado, que teme possíveis intervenções mais profundas.

Enquanto isso, o setor de transportes enfrenta desafios que evidenciam a fragilidade da infraestrutura brasileira. O fim da colheita da soja reduziu a pressão sobre os fretes, mas a capacidade de escoamento segue no limite. Problemas estruturais, como a interdição de uma ponte no Tocantins, impactaram o transporte de grãos para um terminal ferroviário no município de Palmeirante. "É bom lembrar que no final de 2024 houve a queda de uma ponte na divisa entre o Tocantins e o Maranhão e que, segundo os dados do DNIT, há mais 700 pontes em estado crítico nas rodovias federais brasileiras – ou seja, é um tipo de problema que pode se repetir a qualquer momento", alerta.

Além disso, o embarque de grãos no porto de Barcarena foi interrompido após um acidente que comprometeu a estrutura de uma galeria de grãos, expondo a vulnerabilidade da logística nacional.

A volatilidade nos preços das commodities agrícolas segue intensa, impulsionada pelas sobretaxas americanas e pela reação dos países afetados. Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump afirmou que pretende impor tarifas sobre produtos agropecuários da União Europeia e alertou os agricultores dos EUA: "ganhar muito vendendo no seu próprio país".

O artigo pontua, que em meio a esse cenário, a China tem demonstrado interesse crescente na produção agrícola brasileira. O país asiático já é um grande importador de soja, milho e carnes do Brasil e agora avalia a possibilidade de ampliar a compra de sorgo. Representantes chineses devem visitar o país em maio para inspecionar a produção, estimada atualmente em 4 milhões de toneladas por safra. "O que pode dobrar em dois anos", segundo a Abramilho.

O sorgo, mais resistente à seca do que o milho, surge como uma alternativa para a safrinha e pode se tornar um novo produto de destaque nas exportações brasileiras.

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