Soja fecha em baixa com novas tarifas de Trump

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a quinta-feira em queda, impactada pelo anúncio de novas tarifas comerciais dos Estados Unidos contra a China e a União Europeia. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, caiu 1,75%, fechando a US$ 1011,50 por bushel. Já o contrato de julho recuou 1,79%, para US$ 1026,25. Enquanto isso, o farelo de soja para maio teve leve alta de 0,28%, a US$ 288,00 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja caiu 2,97%, cotado a US$ 47,06 por libra-peso.  

O anúncio de tarifas adicionais por parte dos EUA afetou especialmente a soja, que se alinhou ao desempenho negativo de Wall Street, onde as perdas chegaram a 6%. A China, maior compradora mundial do grão, e a Europa, importante mercado consumidor da soja americana, foram diretamente impactadas. Com isso, a demanda global se voltou ainda mais para o Brasil, que está em plena colheita de uma safra abundante. Esse cenário impulsionou os prêmios nos portos brasileiros, contrariando a tendência histórica de recuo dos valores nesta época do ano, mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar.  

A guerra comercial entre EUA e China se intensificou com as novas tarifas americanas de 34% sobre importações chinesas, somando-se às taxas de 20% já vigentes. O governo chinês, que já aplicava retaliações de 10% sobre a soja americana, pode elevar essa alíquota, tornando os grãos dos EUA ainda menos competitivos no mercado global. Além disso, as ameaças de novas tarifas sobre importações de petróleo da Venezuela, que são adquiridas em grande volume pela China, aumentam a tensão entre os países.  

Diante desse cenário, o Brasil emerge como grande beneficiário, com uma safra volumosa e alta demanda internacional. A valorização dos prêmios nos portos reforça essa tendência, consolidando o país como um dos principais fornecedores globais de soja neste momento de incerteza comercial.