Escalada tarifária entre EUA e China pressiona soja
O dia foi marcado por um comportamento misto

Segundo análise da TF Agroeconômica, o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou novamente de forma mista nesta terça-feira (data de referência da análise), influenciado pela intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O contrato de maio, referência para a safra brasileira, subiu 0,99%, ou $9,75 cents/bushel, encerrando a $992,75. Já o contrato de julho fechou com alta de 0,70%, a $1004,00. No segmento de derivados, o farelo de soja de maio avançou 0,90%, cotado a $291,00 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou 0,47%, a $44,94 por libra-peso.
O dia foi marcado por um comportamento misto: enquanto os três primeiros vencimentos da oleaginosa fecharam em alta, refletindo otimismo com possíveis acordos tarifários e compras de oportunidade, os contratos de longo prazo cederam. Isso se deve à elevação das tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses, que somadas podem atingir 104%, inviabilizando o comércio bilateral. Como resultado, vencimentos de setembro e novembro, períodos de maior volume de compras da China, ficaram abaixo da marca simbólica de US$ 10/bushel.
A TF Agroeconômica destaca que a intensificação da disputa comercial tem potencial para desacelerar as duas economias, que juntas representam cerca de 40% do PIB global. Essa instabilidade vem impactando principalmente os contratos com vencimentos mais adiante, refletindo a cautela do mercado quanto à demanda chinesa pela soja americana no médio prazo.
O cenário se agravou após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando impor novas tarifas de 50% sobre produtos chineses caso Pequim não retire suas tarifas retaliatórias de 34%. A resposta da China foi firme, sinalizando que o impasse comercial tende a continuar, o que poderá manter o mercado pressionado nos próximos dias.