Existe desigualdade no seguro rural?
O Brasil enfrenta um desafio significativo em termos de cobertura de seguro agrícola
Antonio Prado G. B. Neto, conselheiro de estratégias da AgroBee, destacou recentemente a importância crucial do seguro rural como uma ferramenta vital para a sustentabilidade e continuidade dos produtores rurais no Brasil. Suas declarações ressaltam diversos pontos fundamentais sobre o atual cenário e as necessidades urgentes de melhorias nesse setor chave da economia brasileira.
Uma crítica de Neto reside na alocação de recursos públicos. Ele menciona que, enquanto o governo está disposto a subsidiar a importação de arroz com um montante significativo de R$ 7,2 bilhões, esse dinheiro poderia ser melhor direcionado para expandir o seguro rural no Brasil. Argumenta que investir esses recursos no seguro poderia multiplicar por sete a área atualmente coberta, proporcionando maior segurança e estabilidade para a produção agrícola brasileira, que desempenha papel crucial no PIB, na força de trabalho e no saldo da balança comercial do país.
Desde 2011, o governo brasileiro destinou aproximadamente R$ 1 bilhão em subvenção de prêmio de seguro. No entanto, considerando o aumento significativo na área cultivada no país (de pouco mais de 50 milhões de hectares em 2011 para previsões de 80 milhões de hectares na próxima safra), Neto argumenta que esse valor está defasado. Ele destaca a importância de revisar e aumentar esses subsídios para acompanhar o crescimento da produção agrícola nacional.
O Brasil enfrenta um desafio significativo em termos de cobertura de seguro agrícola. Apenas cerca de 10% das áreas plantadas no país são cobertas por seguro, em comparação com 60% nos Estados Unidos. Esse contraste ressalta a necessidade urgente de expandir a cobertura de seguro no Brasil para mitigar riscos e proporcionar estabilidade aos produtores.
A disparidade nos subsídios entre Brasil e Estados Unidos também é mencionada por Neto. Enquanto nos EUA os subsídios governamentais representam uma parte significativa dos prêmios de seguro agrícola, no Brasil essa proporção é muito menor. Essa diferença é atribuída à escassez de recursos governamentais e ao déficit fiscal, que limitam a capacidade do Brasil de oferecer um suporte tão robusto quanto o observado nos Estados Unidos.