Preço da laranja bate recorde em 2024
Produção baixa e demanda aquecida garantem preços recordes em 2024
O mercado de laranja registrou recordes históricos de preços em 2024, impulsionado pela combinação de oferta reduzida e demanda aquecida por parte das indústrias. No mercado de mesa, a caixa de 40,8 kg chegou a ser negociada por mais de R$ 100, consolidando o ano como um dos mais rentáveis para o setor citrícola, conforme aponta a retrospectiva de citros do Cepea.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a alta nos preços foi motivada pelo clima seco e as temperaturas elevadas no cinturão citrícola, afetando a produtividade das lavouras. Embora os valores de mercado tenham assegurado boas margens para os produtores, a baixa oferta resultou em custos elevados, especialmente na colheita e no transporte.
Com estoques industriais reduzidos, a demanda por laranja para processamento aumentou, fazendo com que até mesmo frutas de qualidade inferior, antes desprezadas, fossem absorvidas pela indústria para a produção de suco.
No segmento industrial, os preços também atingiram patamares elevados, com a caixa de 40,8 kg ultrapassando os R$ 90 em outubro. A safra 2023/24 já começou com valores aquecidos, em torno de R$ 38 por caixa, refletindo a busca das fábricas para recompor seus estoques esvaziados.
No mercado de mesa, a valorização foi ainda mais expressiva. Em novembro, os preços superaram a marca dos R$ 100 por caixa, reforçando o cenário de restrição de oferta e alta competitividade entre indústrias e consumidores.
De acordo com o Cepea, para a safra 2024/25, a produção de laranja nos estados de São Paulo e do Triângulo Mineiro está estimada em 223,14 milhões de caixas, segundo relatório de dezembro do Fundecitrus. Esse volume representa uma queda de 27,4% em relação à safra anterior (2023/24).
Com estoques nacionais de suco praticamente zerados, o cenário para a próxima temporada é desafiador. Para suprir a demanda global, tanto o Brasil quanto a Flórida (EUA) precisarão elevar suas produções na safra 2025/26, sob o risco de novos aumentos nos preços e restrições no abastecimento.