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Artigas do Brasil conclui vistas ao Paquistão

Bangladesh e Turquia com sentimento positivo para 2024/2025



Foto: Divulgação

Com uma marca de 55 empresas visitadas, em três países – Paquistão, Bangladesh e Turquia – em pouco menos de 30 dias, a Artigas do Brasil, corretora de algodão, completou o segundo Giro no Mercado de 2024 e já se prepara para a terceira rodada, programada para setembro. Na bagagem de volta, a percepção de que, nos três países, que representam cerca de 21% do consumo mundial da fibra, a conjuntura para o consumo de algodão na temporada 2024/2025 vai ser mais promissora do que a de 2023/2024, o que abre possibilidades para o algodão brasileiro.

A opinião é o do sócio da empresa, Danny Van Namen, que percorreu as fiações mais importantes nos três países, conversando com os donos e executivos, para entender quais são as questões do momento para a indústria de fiação e tecelagem, e as oportunidades para os produtores de algodão, clientes da Artigas e, tanto no Brasil, quanto nos países em que atua no exterior. “Não dá para dizer que a situação está fácil para as indústrias, sobretudo para as menores, que não possuem produção integrada, mas o sentimento é de que as coisas devem melhorar para a temporada que vem, começando a reverter a queda que se acentuou neste ano comercial. As previsões do USDA são positivas, e isso dá ânimo novo para compradores e vendedores”, afirma.

Conjuntura interna

No Paquistão, onde a Artigas ficou entre os dias 16 e 26 de maio, problemas políticos e econômicos afetam em cheio as fiações. “As menores têm reduzido seus turnos de trabalho e algumas simplesmente fecharam. Além dos altos custos com energia elétrica e altas taxas de juros, elas enfrentam a competição com os fios importados da China”, pondera. O resultado, segundo Van Namen, é a queda nas exportações de fio e o aumento das fibras de poliéster no blend das indústrias, para reduzir os custos.

Em Bangladesh, a visita decorreu entre os dias 27 de abril e 03 de maio. “A conjuntura é mais promissora do que no Paquistão, mas as fiações continuam tendo dificuldades para abrir as Letras de Crédito (LC). Faltam dólares no país”, explica.  Também lá o preço da energia é alto, e a baixa constância no fornecimento agrava a situação. “As importações de fios da Índia e tecidos da China são recorrentes e mais uma vez o poliéster entra em cenar para baratear os custos”

Entre os dias 26 e 31 de maior foi a vez da Turquia receber a Artigas, na ocasião, com a participação, de Paulo Artigas, também sócio da Companhia, que se juntou a Danny Van Namen nas visitas. “O país ainda está se recuperando do terremoto devastador do ano passado, algumas fiações foram drasticamente atingidas. As demais, de maneira geral, estão optando por consumir algodão local, para diminuir os custos de produção, e enfrentam forte competição com os fios da Índia. Custos mais altos com salários também dificultam a vida dessas indústrias”, afirma Van Namen. Na Turquia, a Artigas também se reuniu com representantes de indústrias de uma fiação do Egito.

Grande fornecedor

Segundo a Artigas, o algodão brasileiro vem se tornando mais conhecido tanto no Paquistão quanto em Bangladesh e na Turquia. Especialmente Bangladesh, as perspectivas são muito promissoras para a fibra do Brasil. Bangladesh depende cem por cento de importações, e, atuamente, as origens são basicamente Brasil, África Ocidental e Índia. “O que temos falado em todas essas visitas é que o Brasil será necessariamente o grande supridor da indústria bengalesa, por questões diversas”, pondera Van Namen.

“O algodão da África Ocidental não dá conta da demanda; o da Austrália e dos Estados Unidos têm outras particularidades, como o preço mais alto. Já o da Índia é mais interessante para a indústria voltadas para o consumo local deles, por conta do transit time, mas não para a exportação. O Brasil, definitivamente, vai ganhar espaço não apenas em Bangladesh, mas nos três mercados”, disse.

Para Paulo Artigas, o Giro pelos Mercados é um diferencial da corretora, assim como os relatórios semanais sobre a commodity. Soma-se a isso a longa experiência dos sócios, Danny Van Namen e Josep Artigas e a proximidade de Paulo aos cotonicultores em diversos estados do Brasil. “Nossa empresa tem uma tradição de mais de 70 anos, na Espanha, e a chegada do Danny, com seus 40 anos de história como trader, potencializou nosso atendimento, tanto na origem quanto no destino. Essa visão integrada da cadeia produtiva nos permite um nível maior de assertividade”, definiu.

Confiança

Sobre a visita, o diretor da Outpace Spinning Mills Rubayet Haider comentou: “Danny e o time da Artigas têm uma abordagem inovadora, ao combinar conhecimento de mercado, consultoria e aconselhamento de preço, tornando-o prontamente disponível para nós. Eles são uma solução completa para tudo relacionado ao algodão e tornam minha experiência de compra um prazer. Estou ansioso para continuar trabalhando com a Artigas no futuro”.

Já para Ismail Nohutlu, da Nipas Tekstil, os negócios com algodão, tanto do lado do comprador quanto do vendedor dependem da confiança. “Se você não vê a pessoa, não é fácil se sentir confortável. Esses encontros são muito importantes, pois, com eles, estamos construindo relacionamentos e confiança”, conclui.

 

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