Produtores de citros da Serra Gaúcha enfrentam prejuízos
Diversos produtores enfrentam uma série de dificuldades que trazem prejuízos
Na Serra Gaúcha, em plena safra de citros, diversos produtores enfrentam uma série de dificuldades que trazem prejuízos, especialmente nos municípios de Bento Gonçalves, Veranópolis e Cotiporã, que estão entre os cinco maiores produtores da região. Estima-se uma perda de 50% na produção prevista inicialmente devido a deslizamentos e fissuras de terra que comprometeram as áreas de cultivo. Além disso, muitos agricultores estão sem energia elétrica há um mês e meio e enfrentam estradas intransitáveis, dificultando o acesso às propriedades. Um levantamento da Emater/RS-Ascar indica que 378 propriedades na Serra estão com problemas de escoamento da produção.
Um exemplo é a propriedade de Antoninho e Alex Sikorski, na linha Natividade, em Bento Gonçalves. A família cultiva 8 hectares de bergamotas, sua principal fonte de renda, e já perdeu 2 hectares devido aos deslizamentos. Com a colheita da variedade Caí encerrada e a da Ponkan começando, seguidas pela Montenegrina, eles já somam perdas de até 20 toneladas de frutas, que não foram comercializadas por falta de escoamento, resultando em um déficit de aproximadamente R$ 80 mil. Apesar de possuírem uma câmara fria que permitiria armazenar as frutas, a falta de energia elétrica há 45 dias impede seu uso.
Além desses problemas, os produtores enfrentam a queda antecipada e a rachadura das frutas. Segundo Enio Ângelo Todeschini, extensionista rural da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, essas anomalias são causadas pelas condições climáticas adversas, especificamente os longos períodos de tempo nublado que reduzem a radiação solar direta, afetando a capacidade fotossintética das plantas e provocando um desbalanço nutricional.