Produção de feijão sofre impacto com estiagem

A segunda safra de feijão apresenta redução na área cultivada em relação à projeção inicial no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado na quinta-feira (20) pela Emater/RS-Ascar, a falta de chuvas durante o período ideal de semeadura e a baixa recarga dos reservatórios comprometeram a irrigação, afetando a implantação das lavouras. Além disso, a desvalorização do preço do grão reduziu a viabilidade econômica da cultura, resultando em menor investimento por parte dos produtores.

As lavouras estão, em sua maioria, em fase de desenvolvimento vegetativo, com algumas áreas iniciando o florescimento. Segundo o boletim da Emater, “as temperaturas amenas e a umidade nas folhas têm favorecido o aumento da pressão de doenças como antracnose”. O monitoramento de pragas, como tripes e ácaros, segue em andamento, pois as condições climáticas continuam propícias para sua proliferação. A estimativa aponta para uma área de 11.913 hectares semeados e produtividade média de 1.527 kg por hectare.

Na região administrativa de Frederico Westphalen, cerca de 70% das lavouras estão nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo, enquanto 30% já entraram no período de florescimento. “Temos registrado altas infestações de insetos desfolhadores, especialmente do gênero Diabrotica”, destaca o relatório da Emater.

Na região de Ijuí, a falta de água para irrigação levou a uma leve redução na área plantada. A segunda safra é cultivada principalmente em áreas irrigadas, mas nas lavouras de sequeiro já se observa queda de rendimento de até 50%.

Em Soledade, a situação é mais favorável. “As chuvas mais bem distribuídas em fevereiro e no início de março beneficiaram o crescimento da cultura”, aponta o boletim. A adubação nitrogenada de cobertura foi finalizada na maior parte das lavouras, contribuindo para o desenvolvimento da safra.