Exportações de café caem 18% em fevereiro
O estudo destaca que a redução já era esperada

As exportações brasileiras de café somaram 3,3 milhões de sacas de 60 kg em fevereiro, uma queda de 18% em relação ao mês anterior e de 10% na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados fazem parte de um estudo realizado por Guilherme Morya, analista setorial de café do Rabobank. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o país totalizou 7,3 milhões de sacas exportadas, volume 5,4% menor do que no mesmo intervalo do ano passado.
O estudo destaca que a redução já era esperada. "O cenário atual de estoques limitados no Brasil tem impactado as exportações, e essa situação deve persistir até a entrada da safra brasileira 2025/26 no mercado", explicou.
O levantamento também aponta que a relação de troca para compra de fertilizantes manteve-se estável em março. Segundo o estudo, são necessárias 1,1 sacas de café para a aquisição de uma tonelada de fertilizante (blend 20-05-20). O valor representa uma queda de 53% na comparação com março de 2024, quando o custo era de 2,3 sacas por tonelada. "Apesar da alta recente no preço do potássio, a redução nos valores da ureia compensou esse aumento, mantendo o custo final do fertilizante praticamente inalterado", afirmou Morya.
Os preços do café no Brasil também registraram queda em março, após uma forte valorização no mês anterior. O café arábica teve desvalorização média de 3,5%, enquanto o conilon caiu 2,1%, acompanhando o movimento do mercado internacional. "Parte desse recuo pode estar relacionada à redução nas posições líquidas compradas de fundos não comerciais na bolsa de Nova Iorque. Além disso, a melhora nas condições climáticas no Brasil e a expectativa de maior oferta, com a entrada da safra vietnamita e o início da colheita no Brasil a partir de abril, também influenciaram essa queda", explicou o analista.
O estudo ainda destaca que, após um janeiro chuvoso, as principais regiões produtoras de café enfrentaram um período mais seco e quente em fevereiro, fase crucial para o desenvolvimento dos grãos. No entanto, os impactos até o momento foram limitados. "O retorno das chuvas em meados de março trouxe alívio, e novas precipitações esperadas para as próximas semanas devem favorecer o desenvolvimento das lavouras", concluiu Morya.