Crise cambial na Argentina pressiona preços de grãos
A valorização do peso argentino frente ao dólar pressionou os valores da soja

Segundo dados da corretora Fyo, o mercado argentino de grãos foi fortemente influenciado nesta quarta-feira (16) pela desvalorização do dólar oficial, que fechou em US$ 1.126 na compra e US$ 1.135 na venda, recuo de 5,46% em relação ao dia anterior. A queda ocorreu após o anúncio do presidente Javier Milei de que não haverá intervenção cambial até que a moeda atinja US$ 1.000.
A valorização do peso argentino frente ao dólar pressionou os valores da soja, milho e trigo no mercado interno. Segundo a Fyo, o recuo da moeda norte-americana por volta do meio-dia derrubou os preços oferecidos aos produtores, em meio à chegada da safra e ao novo regime cambial. No fechamento da sessão, a soja recuou para US$ 315.000 por tonelada, após alcançar picos de US$ 320.000 em portos como Bahía Blanca e Quequén. Em Del Guazú, o preço chegou a US$ 325.000, demonstrando forte oscilação.
O milho disponível também sofreu forte queda: iniciou o dia sendo negociado a US$ 240.000 em Rosário, mas terminou a sessão cotado a apenas US$ 200.000. Para entregas em junho, o valor caiu para US$ 198. Em outros polos, como Necochea e Lima, os preços oscilaram entre US$ 198 e US$ 205. Já o trigo, que chegou a US$ 250.000 em Rosário e Bahía Blanca, caiu para US$ 210 após o impacto cambial. Em Quequén, a cotação fechou em US$ 200.000.
Segundo a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), o sentimento positivo momentâneo contrasta com a forte oferta sul-americana e a baixa demanda chinesa por soja norte-americana. O milho avançou 0,6%, encerrando em US$ 190,5, e o trigo subiu 1,1%, fechando a US$ 201, ambos beneficiados pela expectativa de chuvas nos EUA que podem atrasar o plantio e tornar as exportações americanas mais competitivas.