Safra da Argentina mexe na soja em Chicago: Como?
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa da safra

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou de forma mista nesta quinta-feira, impactada pela redução na safra da Argentina e pela baixa demanda pelo grão americano, segundo a TF Agroeconômica. O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, subiu 0,47%, cotado a US$ 1013,00 por bushel. O contrato de julho também avançou 0,37%, fechando a US$ 1025,25. Já o farelo de soja para maio recuou 0,20%, cotado a US$ 297,10 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja subiu 0,83%, atingindo US$ 42,71 por libra-peso.
O mercado segue pressionado por incertezas comerciais nos Estados Unidos, especialmente em relação às tarifas e questões logísticas. A possibilidade de sobretaxas para grãos transportados em navios de fabricação americana adiciona um fator de risco para os exportadores. Além disso, a colheita no Brasil e em outras partes da América do Sul mantém os compradores cautelosos, reduzindo o interesse pela soja americana.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa da safra argentina em 1 milhão de toneladas, reflexo da falta de umidade no país. No entanto, esse fator não foi suficiente para impulsionar os preços, pois o mercado continua focado na safra recorde do Brasil e nas incertezas sobre tarifas e retaliações comerciais.
Além da pressão sazonal da oferta sul-americana, o mercado segue sob impacto de potenciais aumentos nas taxas portuárias para navios de fabricação chinesa ou para embarcações operadas por frotas que incluem navios chineses. Esses fatores reforçam o ambiente de baixa liquidez, com investidores evitando grandes movimentações até maior clareza sobre as regras do comércio global.