Mercado de grãos inicia a semana com oscilações
Já o trigo registrou forte valorização de 11,50 cents na CBOT

Os mercados de grãos abriram a semana refletindo fatores climáticos, geopolíticos e cambiais. Segundo a TF Agroeconômica, a soja mantém tendência altista com valorização de US$ 1,00/bushel na CBOT para maio, cotada a US$ 1.017,00. A valorização do real frente ao dólar desestimula as exportações brasileiras, favorecendo a soja americana. Além disso, 46% das lavouras dos EUA seguem sob seca, acima dos 33% registrados no mesmo período do ano passado. No Brasil, os estoques elevados indicados pelo relatório da Conab reduziram a pressão compradora, levando o indicador Cepea a R$ 134,36, com queda de 0,39% no dia.
O milho também registrou alta na Bolsa de Chicago, com avanço de US$ 4,75/bushel, atingindo US$ 463,25. O mercado avalia os riscos da guerra tarifária dos EUA, que pode prejudicar exportações para México e Canadá, seus principais compradores. No Brasil, o contrato de maio na B3 subiu 0,77%, cotado a R$ 89,75, enquanto o Cepea recuou 0,06% no dia, para R$ 89,83. A redução na projeção de safra argentina pela Bolsa de Comércio de Rosário, de 46 para 44,45 milhões de toneladas, também impulsionou os preços. Nos EUA, 55% das lavouras permanecem sob seca, bem acima dos 37% registrados no ano passado.
Já o trigo registrou forte valorização de 11,50 cents na CBOT, alcançando US$ 568,50/bushel, o maior patamar desde 26 de fevereiro. O relatório do USDA indicou que as vendas americanas superaram as expectativas, aumentando 84% acima da média das últimas quatro semanas, com grandes compras do Panamá e Coreia do Sul. A Argelia garantiu 450 mil toneladas em licitação e a Tunísia busca mais 100 mil toneladas. No Brasil, o preço do trigo no Paraná recuou 0,01% no dia, para R$ 1.520,52, enquanto no Rio Grande do Sul houve alta de 1,44%, atingindo R$ 1.397,87. O mercado também monitora as tensões comerciais entre EUA e Europa, com a ameaça de tarifas de 200% sobre vinhos e bebidas alcoólicas.