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Alta nas importações e entressafra pressionam mercado do trigo

Exportadores já buscam trigo da nova safra no Rio Grande do Sul



Foto: Pixabay

O mercado do trigo no Brasil segue pressionado pela escassez de oferta e pelos altos preços praticados no mercado interno. Conforme análise da CEEMA, o cenário atual é marcado por forte elevação nas importações e baixa disponibilidade do cereal, tanto de alta quanto de baixa qualidade, em pleno período de entressafra.

Em março, o Brasil importou 651.790 toneladas de trigo, volume 27,6% superior ao do mesmo mês do ano anterior. No acumulado do primeiro trimestre, as compras externas somaram 1,95 milhão de toneladas, alta de 18% na comparação com 2024. Já as exportações caíram 28% no mesmo período. O preço médio pago nas importações em março foi de R$ 80,60 por saca, mais competitivo que os valores internos.

Segundo a CEEMA, o trigo de qualidade disponível no Brasil é escasso e caro. Os exportadores já buscam trigo da nova safra no Rio Grande do Sul, mesmo antes do início do plantio. As ofertas giram entre R$ 1.330,00 e R$ 1.550,00 por tonelada, com os produtores buscando melhores preços e moinhos tentando negociar valores abaixo do mercado atual.

Em Santa Catarina, o mercado também enfrenta dificuldades, com os moinhos tentando adquirir o cereal localmente, mas sem grande sucesso. No Paraná, o cenário é de travamento: os vendedores pedem até R$ 1.700,00 por tonelada, valor pouco aceito pelos compradores. Alternativas como o trigo paraguaio são ofertadas a preços igualmente elevados, limitando as opções da indústria nacional.

No mercado internacional, a cotação do trigo em Chicago encerrou a semana com leve alta, cotado a US$ 5,38 por bushel. O relatório do USDA trouxe pequeno aumento nos estoques finais dos EUA, mas sem grandes mudanças. A guerra comercial entre EUA e China afeta pouco o mercado do trigo, já que a China é autossuficiente nesse grão.

Apesar disso, o Brasil sente os reflexos da conjuntura global e da baixa oferta local. A tendência, segundo a CEEMA, é de continuidade no viés de alta dos preços até a chegada da nova safra. A forte demanda da indústria e a escassez de trigo pressionam o mercado, tornando o cereal um dos mais valorizados neste início de 2025.

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