Trump dá início ao “tarifaço”: Como isso atinge o Brasil?

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (2) que seu governo implementará tarifas de 25% sobre automóveis fabricados no exterior, com início à meia-noite. Durante um discurso no Rose Garden, Trump argumentou que a medida visa impulsionar a indústria nacional e garantir reciprocidade nas relações comerciais. Além disso, ele anunciou uma tarifa de importação de 10% sobre produtos do Brasil, enfatizando que este valor pode aumentar para alguns países.  

Trump justificou a decisão afirmando que as empresas norte-americanas enfrentam dificuldades para entrar em mercados estrangeiros. Segundo ele, as novas tarifas garantirão uma "era de ouro" para a economia dos EUA, trazendo de volta empregos e fábricas. O ex-presidente também criticou a Austrália por proibir a carne bovina americana, enquanto os EUA importaram US$ 3 bilhões em carne australiana no último ano. "Eles protegem seus produtores, e agora faremos o mesmo", declarou.  

O governo divulgou um gráfico comparando as tarifas aplicadas pelos EUA e por seus parceiros comerciais. Segundo Trump, países como China, Vietnã e União Europeia impõem tarifas significativamente mais altas às importações norte-americanas. A China, por exemplo, cobra 67% sobre certos produtos dos EUA, enquanto as novas tarifas recíprocas serão de 34%. O Brasil terá uma tarifa inicial de 10%, equivalente à alíquota que cobra dos EUA.  

México e Canadá foram excluídos da tarifa básica de 10% e das taxas recíprocas, pelo menos por enquanto. A medida deve intensificar tensões comerciais, especialmente com países asiáticos e europeus, que podem reagir com tarifas próprias contra os produtos norte-americanos.

“Será um dia que espero que você olhe para trás nos próximos anos e diga: ‘Sabe, ele estava certo, este acabou sendo um dos dias mais importantes da história do nosso país’”, disse Trump.