Inoculação bacteriana impulsiona o cultivo de feijão
A inoculação também promoveu a diversidade microbiana
Um estudo realizado na Esalq/USP investigou os efeitos da inoculação bacteriana na cultura do feijão, seguindo recomendações específicas de adubação. Os resultados mostraram impactos positivos no crescimento das plantas e mudanças na comunidade microbiana do solo, especialmente na rizosfera, área ao redor das raízes. Essas alterações envolveram um aumento nos nutrientes disponíveis, como Magnésio, Ferro e Cobre, além de uma maior biomassa nas plantas tratadas.
Izadora Cunha, da USP, explicou que o uso de bactérias como Bacillus cereus e Paenibacillus polymyxa gerou diferentes impactos na microbiota do solo. Enquanto os gêneros Rhizobium e Dyella diminuíram, houve um aumento de Bradyrhizobium, Acidobacteriales e Gemmatimonadaceae nos tratamentos com P. polymyxa. Quando mais de uma bactéria foi aplicada, observou-se maior complexidade no microbioma da rizosfera e aumento de grupos microbianos com funções específicas. Além disso, o pH do solo foi alterado, tornando-se mais ácido devido à produção de ácidos orgânicos e sideróforos pelas bactérias.
Lucas Mendes, pesquisador da USP, ressaltou que a inoculação aumentou a atividade da enzima fosfatase ácida, essencial para a absorção de fósforo em solos deficientes. A inoculação com P. polymyxa melhorou a captação de ferro e reduziu o estresse nas plantas, aumentando a eficiência fotossintética.
Rodrigo Mendes, da Embrapa Meio Ambiente, destacou que Bacillus cereus aumentou a associação entre raízes e micorrizas, favorecendo a absorção de água e nutrientes. A inoculação também promoveu a diversidade microbiana, o que fortaleceu a resiliência das plantas contra estresses climáticos e patógenos. O estudo conclui que a inoculação bacteriana é uma estratégia promissora para o fortalecimento das plantas, resultando em culturas mais saudáveis e produtivas.