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Bolívia autoriza uso de criptos na importação de combustível 

A crise decorre da redução das exportações de gás natural



A crise decorre da redução das exportações de gás natural A crise decorre da redução das exportações de gás natural - Foto: Pixabay

O governo da Bolívia autorizou a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) a utilizar criptomoedas para importação de combustível, em resposta à escassez crescente de dólares e à crise de abastecimento. Com reservas de moeda estrangeira em queda, a medida busca garantir o fornecimento essencial de energia sem comprometer os subsídios. A falta de dólares tem dificultado pagamentos a fornecedores estrangeiros, resultando em filas nos postos e protestos em várias regiões.  

A crise decorre da redução das exportações de gás natural, antes a principal fonte de divisas do país. Brasil e Argentina, grandes compradores, diminuíram sua dependência do suprimento boliviano, enquanto a falta de investimentos e novas descobertas agravou o problema. Para contornar as restrições cambiais, o governo flexibilizou sua posição sobre criptomoedas, suspendendo a proibição imposta pelo banco central em 2020. Essa mudança segue a tendência de países como Venezuela e Argentina, que também recorreram a ativos digitais para transações internacionais.  

A YPFB confirmou que o sistema de transações em criptomoedas já está operacional, embora ainda não tenha realizado pagamentos. Não foi especificado quais ativos digitais serão utilizados nem se os valores serão convertidos para moeda fiduciária antes da liquidação. Também há incertezas sobre a aceitação por parte dos fornecedores e os riscos de volatilidade.  

A adoção de criptomoedas reflete a urgência da Bolívia em buscar soluções para sua crise cambial e energética. Se bem-sucedida, a estratégia pode remodelar o setor energético e abrir caminho para uma maior integração dos ativos digitais na economia do país.
 

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