Empresários uruguaios temem desvalorização do Real
Comerciantes de áreas fronteiriças solicitaram medidas ao governo uruguaio
A desvalorização do real brasileiro preocupa empresários uruguaios devido aos efeitos sobre setores estratégicos como veículos, laticínios e plásticos. A diferença de preços entre os dois países, evidenciada pelo Indicador de Preços Fronteiriços da Universidade Católica do Uruguai, aponta que o Brasil é cerca de 71% mais barato que o Uruguai. Este cenário afeta principalmente as regiões de fronteira, como Artigas (Uruguai) e Quaraí (Brasil), onde comerciantes enfrentam dificuldades para competir com os preços brasileiros.
Comerciantes de áreas fronteiriças solicitaram medidas ao governo uruguaio, incluindo a isenção do IVA para a cesta básica, maiores descontos no Imposto Específico Interno (Imesi) sobre combustíveis e facilidades para microimportações. Contudo, o Ministério de Economia e Finanças (MEF) descartou essas propostas, alegando que a diferença de preços é uma situação conjuntural, resultado das políticas econômicas e variações cambiais entre os países.
O MEF argumenta que a devolução total do IVA, que poderia alcançar 18,03% para produtos com alíquota básica de 22% e 9,09% para os de alíquota mínima de 10%, não seria suficiente para neutralizar a disparidade de preços. Além disso, as autoridades destacaram o impacto fiscal significativo que tais medidas representariam, sem garantia de alterar os hábitos de consumo da população fronteiriça, que prioriza as compras no Brasil devido à ampla diferença de preços.
Embora reconheça o problema enfrentado por comerciantes e moradores dessas áreas, o governo uruguaio optou por não regulamentar o artigo da Lei de Rendição de Contas que permitiria isenções fiscais nas zonas fronteiriças. A justificativa oficial reforça que as medidas solicitadas seriam ineficazes diante da magnitude da diferença de preços e do cenário econômico atual. As informações são do Infobae.