Soja encerra pregão da quarta-feira em baixa
O Rabobank reforçou a perspectiva de uma supersafra no Brasil
A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o pregão desta quarta-feira em baixa, pressionada pela falta de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China e pela melhora climática na Argentina. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, recuou 1,67%, ou 18,00 cents/bushel, cotado a $1057,00. O vencimento de maio caiu 1,45%, para $1072,25/bushel. O farelo de soja também registrou queda de 1,82%, a $308,3/ton curta, enquanto o óleo de soja perdeu 1,46%, sendo negociado a $45,09/libra-peso.
Após dois dias de alta impulsionada por um otimismo momentâneo, o mercado ajustou posições diante da ausência de diálogo direto entre os presidentes dos EUA e da China, reduzindo expectativas de um alívio na guerra tarifária. Apesar de os grãos não estarem na lista de produtos taxados pela China, a incerteza comercial pesou sobre os preços. Além disso, a demanda global se volta para a safra brasileira, que pode exportar entre 8,30 e 11,24 milhões de toneladas de soja em fevereiro, segundo a ANEC.
O Rabobank reforçou a perspectiva de uma supersafra no Brasil, estimando a produção em 169,988 milhões de toneladas. O banco destacou que, apesar de alguns focos de seca, as condições climáticas melhoraram em relação ao ciclo anterior, sustentando a projeção de uma colheita recorde. Esse cenário fortalece a concorrência brasileira no mercado internacional e limita as reações de alta em Chicago.
Outro fator de pressão sobre as cotações foi o retorno das chuvas em áreas críticas da Argentina. Após um período de estresse hídrico, as precipitações trouxeram alívio para as lavouras, reduzindo preocupações com perdas produtivas e adicionando um fator baixista ao mercado.