Ferrugem asiática e estresse hídrico preocupam produtores de soja
Algumas regiões enfrentam desafios específicos devido ao clima e a presença de pragas
A Emater/RS-Ascar divulgou na última quinta-feira (9) seu Informativo Conjuntural sobre o estado das lavouras de soja, destacando que a sanidade das plantas segue em níveis satisfatórios. No entanto, algumas regiões enfrentam desafios específicos devido às condições climáticas e a presença de pragas e doenças, especialmente a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi).
O Programa Monitora Ferrugem RS indica níveis de risco para a ferrugem-asiática entre baixo e médio, exceto em algumas pequenas áreas, como em Santa Rosa, onde esporos da doença vêm sendo registrados nas lâminas das plantas nas últimas semanas. Para combater o problema, muitos produtores têm aplicado fungicidas preventivos durante o controle de plantas daninhas em pós-emergência. No entanto, a preocupação com o monitoramento de pragas e doenças continua.
Em municípios como Santana do Livramento, Quaraí e Rosário do Sul, o estresse hídrico tem sido um problema significativo. Em várias áreas, os sintomas de murchamento, amarelecimento das folhas e abortamento de plantas têm sido observados durante os horários mais quentes do dia. Embora o controle de doenças fúngicas esteja adequado, a escassez de chuvas nas próximas semanas tem levado os produtores a adiar as aplicações de fungicidas. A falta de precipitações também tem resultado em entrelinhas abertas nas lavouras, o que favorece a perda de umidade do solo.
Em Manoel Viana e Maçambará, a morte de plantas em solos arenosos tem sido um desafio, devido à falta de chuvas nos últimos 30 dias. Nessas áreas, as pulverizações se limitam a aplicações pontuais de herbicidas. Já nas regiões de solos mais argilosos, as perdas são consideráveis, embora em menor proporção nas áreas com plantas de porte reduzido ou que sofreram abortamento floral.
Na Campanha, as lavouras continuam com uma coloração verde saudável, mas a falta de umidade, especialmente em solos rasos ou arenosos, tem gerado preocupações com a paralisação do crescimento das plantas. Mesmo com poucas áreas em fase de floração, a falta de chuvas pode exigir replantios em áreas mais recentes, o que seria feito em um período já considerado tardio.
Em regiões como Caxias do Sul e Frederico Westphalen, o desenvolvimento das lavouras está vigoroso, mas o estresse hídrico afeta negativamente as plantas, especialmente nas lavouras semeadas em novembro. O excesso de chuvas no início da safra resultou em problemas de germinação e podridão radicular. Apesar disso, o controle de plantas daninhas e as primeiras aplicações de fungicidas seguem sendo realizados.
Na região de Passo Fundo, 85% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, com 15% em fase de floração. As pulverizações preventivas de fungicidas e o monitoramento das pragas seguem em andamento.
Em Pelotas, o nível de umidade do solo tem sido favorável, o que impulsiona o desenvolvimento das lavouras, e 7% ainda está por semear. Já em Santa Rosa, a semeadura está paralisada devido à falta de chuvas, embora 95% da área já tenha sido semeada. A escassez de água tem causado falhas no estande, especialmente em áreas próximas a árvores e bordaduras, com a cultura sendo monitorada por infestação de ácaros e lagartas subterrâneas. Mesmo com essas dificuldades, as condições climáticas secas têm favorecido a sanidade da soja, com menos incidência de doenças.
Em Soledade, as lavouras se beneficiaram das chuvas recentes, e o ritmo de crescimento diminuiu, mas a cultura não apresenta sinais de estresse hídrico acentuado. A ferrugem-asiática continua sendo monitorada, e o controle de pragas, como a lagarta-falsa-medideira, está em andamento.