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Anulação do leilão do arroz é vitória do agro brasileiro: Analista

“Neri Geller, secretário de Política Agrícola do MAPA, foi exonerado"



Novo leilão deve ser realizado Novo leilão deve ser realizado - Foto: Nadia Borges

No dia de ontem (11.06) o governo federal anunciou que estava anulando o leilão para a compra de 263 mil toneladas de arroz importado, depois de denúncias de fragilidades e suspeitas de irregularidades nas empresas envolvidas. Para Carlos Cogo, Sócio-Diretor de Consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócio, essa é uma vitória do agronegócio brasileiro.

“Neri Geller, secretário de Política Agrícola do MAPA, foi exonerado e comunicado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, da sua saída. Geller, ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal, foi um dos nomes ligados ao agronegócio que apoiou Lula na eleição de 2022. A Foco Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é do empresário Robson Almeida de França. Ele foi assessor parlamentar de Neri Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas”, comenta o analista.

A Foco Corretora de Grãos, a principal corretora do leilão, é de propriedade do empresário Robson Almeida de França. França tem um histórico de atuação política, tendo sido assessor parlamentar de Neri Geller na Câmara dos Deputados. Além disso, ele possui uma relação de negócios estreita com a família Geller, sendo sócio de Marcello Geller, filho do secretário Neri Geller, em várias outras empresas. Essa conexão levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse e a influência de relações pessoais nas operações da corretora.

Neri Geller também tem um papel significativo na nomeação de posições estratégicas dentro da Conab. Ele indicou Thiago dos Santos para o cargo de Diretor de Abastecimento da Conab, um posto crucial, especialmente no contexto dos leilões. Thiago dos Santos é o responsável direto pela condução do leilão em questão. O presidente da Conab, Edegar Pretto, diz que fará uma avaliação em relação à permanência no cargo de Thiago Santos.

“As empresas ‘vencedoras’ do leilão demonstraram fragilidade financeira. Empresas sem histórico de atuação no mercado de grãos participaram do leilão e arremataram lotes. Entre elas, uma Queijaria e uma Locadora de Carros. A Conab pretende fazer um novo leilão de arroz com ferramentas que já garantam que as empresas contratadas terão capacidade técnica e financeira. A data do novo leilão, contudo, não está definida”, conclui cogo.
 

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