Mercado da soja está mais “tranquilo”
Os fatores de baixa incluem a escalada tarifária dos EUA contra a China

A TF Agroeconômica destacou que o crescimento dos estoques mundiais de soja, que passaram de 101,24 milhões de toneladas (MT) na safra 2022/23 para 121,41 MT na safra 2024/25, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), tem pressionado os preços globalmente. O mercado está mais tranquilo quanto ao abastecimento, reduzindo o ímpeto de alta.
No entanto, fatores como a guerra tarifária nos EUA e possíveis problemas climáticos na safra americana ainda podem influenciar os preços. No Paraná, a convergência dos valores sugere uma média de R$ 127,00/saca, garantindo um lucro de 20,84%. A recomendação é consolidar lucros e, se for especular, limitar a exposição a no máximo 10% da safra.
Entre os fatores de alta, destacam-se o aumento da demanda por biodiesel nos EUA, impulsionado por medidas governamentais para reduzir o uso de combustíveis fósseis, e a decisão da Índia de reduzir tarifas de importação sobre óleos vegetais, favorecendo exportações dos Estados Unidos. Esses elementos deram suporte aos preços da soja em Chicago, onde o óleo de soja acumulou ganhos expressivos.
Por outro lado, fatores de baixa incluem a escalada tarifária dos EUA contra a China, que já enfrenta tarifas de 20% e pode sofrer novas restrições. Além disso, a melhora na umidade das lavouras americanas reduziu a área afetada por seca, favorecendo o plantio da safra 2025/26. A entrada de uma safra recorde no Brasil, agora projetada em 172,10 MT, também contribui para a pressão negativa sobre os preços.
No Brasil, a colheita maior em 28 milhões de toneladas mantém os compradores despreocupados, resultando em quedas acumuladas de 0,50% no dia, 0,68% na semana e 4,74% no ano. A tendência segue baixista, a menos que haja problemas climáticos nos EUA ou eventos geopolíticos inesperados ao longo de 2025.