SC registra queda no preço do milho em janeiro
Cotação do milho recua, mas projeções indicam recuperação
De acordo com os dados da edição de janeiro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, o preço médio do milho pago ao produtor em Santa Catarina registrou queda de 1,79% em dezembro em relação ao mês anterior. Nos primeiros 20 dias de janeiro de 2025, a cotação estadual manteve uma leve retração, divergindo da alta esperada no mercado internacional para março, segundo a Bolsa de Chicago.
Nos últimos seis anos, os preços apresentaram variações significativas. Em 2024, os valores ficaram acima apenas dos registrados em 2019 e 2023 (após maio), mas abaixo dos níveis de 2020, 2021 e 2022 – períodos impactados por fatores como a pandemia de Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Apesar da instabilidade, o cenário para 2025 indica possibilidade de recuperação dos preços, impulsionado pela demanda externa e sinais positivos no mercado futuro.
A área de cultivo da primeira safra foi reduzida em 11,3%, reflexo dos altos custos de produção, insegurança causada pela cigarrinha e os baixos preços de 2024. No entanto, espera-se um aumento na produtividade de aproximadamente 25%, alcançando 8.594 kg/ha.
As condições das lavouras seguem favoráveis, apesar do calor e das chuvas irregulares. Em algumas regiões, como Curitibanos, Campos Novos e Lages, chuvas adicionais poderiam maximizar a produtividade.
Com a menor safra estadual em 2024, Santa Catarina importou 472 mil toneladas de milho, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. O Paraguai segue como principal fornecedor devido ao menor custo de frete em comparação ao Centro-Oeste brasileiro.
O déficit de milho no estado chegou a 5,01 milhões de toneladas em 2023 e deve superar 6 milhões em 2024, suprido em grande parte por importações interestaduais, especialmente do Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás. Com expectativas de alta nos preços e maior produtividade, 2025 pode trazer um cenário mais equilibrado para os produtores catarinenses.