Novas normas padronizam análises de sementes no Brasil
Atualização substitui a versão anterior publicada em 2009

As novas Regras de Análises de Sementes (RAS) foram oficialmente publicadas pela Secretaria de Defesa Agropecuária, trazendo atualizações importantes para os métodos de avaliação da qualidade física e fisiológica das sementes no Brasil. Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), as diretrizes servem como base técnica para os laboratórios credenciados emitirem os Boletins de Análise de Sementes — documentos indispensáveis para a emissão dos Certificados ou Termos de Conformidade dos lotes a serem comercializados.
A atualização, aguardada há anos pelo setor, substitui a versão anterior publicada em 2009. Desde então, avanços tecnológicos e mudanças nos processos produtivos tornaram necessária uma modernização dos critérios oficiais. Em resposta, o MAPA promoveu uma revisão em duas etapas, conduzida pela Coordenação-Geral de Laboratórios Agropecuários (CGAL). A primeira fase contou com a colaboração dos Laboratórios Oficiais Supervisores (LASOs Supervisores). Já a segunda foi aberta às Comissões de Sementes e Mudas (CSMs), que enviaram cerca de 700 sugestões de correções e melhorias ao texto.
De acordo com o ministério, aproximadamente 80% dessas contribuições foram incorporadas à versão final das novas RAS, o que evidencia o alinhamento da revisão com as expectativas dos laboratórios e profissionais da cadeia produtiva de sementes. Os capítulos que mais receberam propostas de ajuste foram os de “Amostragem”, “Análise de Pureza”, “Teste de Germinação”, “Análise de Sementes Revestidas” e “Análise de Sementes de Espécies Florestais”. Boa parte das sugestões visava tornar o conteúdo mais acessível, incluindo a inserção de imagens ilustrativas e melhorias na redação.
Além de atualizada, a nova norma permanece em consonância com os padrões internacionais definidos pela ISTA (International Seed Testing Association) e pela AOSA (Association of Official Seed Analysts), com as devidas adaptações para a realidade tropical brasileira e para a legislação nacional.
Para Fabrício Pedrotti, coordenador-geral dos Laboratórios Agropecuários, a nova versão representa um avanço principalmente na clareza dos procedimentos. “Na prática, do ponto de vista metodológico, muito pouco irá mudar na rotina dos laboratórios credenciados. O que essa revisão fez foi deixar mais claros alguns tópicos das RAS que sempre causavam dúvidas nos laboratórios, o que, no nosso entendimento, é um ponto positivo da revisão”, afirmou.