Mercado brasileiro de inoculantes em expansão
O gênero Bradyrhizobium se destaca
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Segundo Tiago Zucchi, fundador da MAVEZ ASSESSORIA, a crescente demanda por práticas agrícolas sustentáveis tem impulsionado o uso de inoculantes no Brasil, promovendo maior qualidade biológica do solo e redução nos custos de produção. Estudos recentes de Andreata e colaboradores (2024) indicam um avanço significativo desse mercado, com 636 produtos registrados até abril de 2024, sendo 366 específicos para a soja. Além disso, feijão e milho representam juntos cerca de 20% dos registros, enquanto os demais se distribuem entre 34 culturas, incluindo amendoim e trigo.
“É nesse contexto que o uso de inoculantes ganha destaque, promovendo não apenas a melhoria da qualidade biológica do solo, mas também otimizando os custos de produção, tornando a agricultura mais rentável e sustentável”, comenta.
O gênero Bradyrhizobium se destaca, somando 340 registros, com a combinação B. japonicum + B. elkanii como a mais frequente. Também cresce a formulação de produtos com múltiplos isolados, reforçando a eficiência da fixação biológica de nitrogênio. A co-inoculação tem ganhado espaço no campo, e os números refletem essa tendência: na safra 2019/2020, a prática foi aplicada em 25% das áreas de soja, gerando economia de US$ 15,2 bilhões na substituição da ureia, além de um lucro estimado de US$ 914 milhões. Na safra 2022/2023, a adoção aumentou para 35%, consolidando o crescimento dessa tecnologia.
“Apesar de terem sido introduzidos na agricultura brasileira na década de 1960, os inoculantes seguem desempenhando um papel estratégico na redução da dependência de fertilizantes nitrogenados. Sua adoção contínua não apenas reforça a produtividade agrícola, mas também impulsiona uma agricultura mais sustentável e eficiente para o futuro”, conclui.