Ricardo Leite, Head Agronegócios e Superintendente Executivo do Banco Safra, compartilha sua visão sobre o cenário agropecuário para 2025. O próximo ano será desafiador, mas cheio de oportunidades, desde que o planejamento seja bem feito.
A safra 2024/25 promete uma produção recorde, especialmente de soja, que pode superar em 15 a 20 milhões de toneladas a safra de 2024. Milho e algodão também têm boas perspectivas, desde que as recomendações de plantio sejam seguidas. Contudo, o setor enfrentará desafios logísticos, com estoques altos e pressão sobre a infraestrutura de transporte, exigindo atenção para minimizar custos e evitar gargalos.
Quanto aos insumos, 2025 não deve trazer grandes oscilações de preços, mas as margens seguirão apertadas. Os preços de fertilizantes e defensivos permanecem historicamente baixos, aliviando parcialmente o cenário. No entanto, o crédito será mais restrito devido ao aumento da SELIC, que pode alcançar 15%, o que exige operações financeiras bem estruturadas para evitar impactos negativos.
Leite também aponta que o mercado externo continuará a influenciar as commodities. A valorização do câmbio pode ser favorável para as exportações, mas políticas protecionistas nos EUA podem pressionar os preços. No entanto, o Brasil mantém vantagens competitivas, especialmente com a demanda interna por soja e milho. O setor sucroenergético, apesar dos desafios climáticos, segue como destaque devido à valorização do açúcar no mercado internacional. A pecuária também mostra sinais de recuperação.
“Investir em eficiência, reduzir desperdícios e manter a robustez financeira serão prioridades. Acredito que esse seja o momento de atravessar as adversidades com cuidado, para que, em 2026, possamos colher os frutos de um mercado mais equilibrado e favorável. Vamos encarar o próximo ano com resiliência e planejamento, porque, no agro, sabemos que sempre há espaço para crescer, mesmo nos cenários mais desafiadores”, conclui.