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Demanda por grande safra de soja dos EUA é incerta

Para o ano de comercialização 2024-25, a China está comprando soja dos EUA


Uma das principais preocupações é a possibilidade de uma nova guerra comercial com a China Uma das principais preocupações é a possibilidade de uma nova guerra comercial com a China - Foto: Nadia Borges

A perspectiva para o fornecimento de soja nos EUA tem ganhado destaque recentemente, com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) prevendo uma produção e rendimento recordes para a safra deste ano. No entanto, a situação da demanda apresenta desafios significativos. Embora os EUA estejam prontos para produzir a maior quantidade de soja já registrada, a questão é para onde será direcionado esse volume. Políticas estrangeiras e domésticas têm complicado esse cenário.

Uma das principais preocupações é a possibilidade de uma nova guerra comercial com a China, o maior comprador mundial de soja. Em 2018, o presidente Donald Trump impôs uma tarifa de 25% sobre alumínio e aço da China, o que gerou tarifas retaliatórias chinesas sobre produtos dos EUA, incluindo soja. Isso fez com que as exportações de soja dos EUA para a China caíssem para os níveis mais baixos desde 2013-14, resultando em perdas de mais de US$ 27 bilhões para a agricultura americana, com a soja representando 71% dessas perdas.

Embora as exportações tenham aumentado desde então devido a negociações e ajustes nas tarifas, o Brasil continua sendo o principal fornecedor para a China. As recentes declarações de Trump sobre uma possível nova guerra comercial intensificaram as preocupações entre os produtores agrícolas. Josh Gackle, presidente da American Soybean Association (ASA), destacou os riscos para a indústria se as relações comerciais com a China não forem cuidadosamente geridas.

Para o ano de comercialização 2024-25, a China está comprando soja dos EUA, mas com um ritmo mais lento comparado a anos anteriores. Erin Nazetta, da Broadview Group Holdings, observa que será difícil preencher a lacuna deixada pela China, dada a diversificação para outros fornecedores.

Além disso, os EUA têm tentado compensar a demanda com a expansão da capacidade de esmagamento de soja. No entanto, a queda nas margens de esmagamento, devido à baixa dos futuros do óleo de soja, tem levado ao adiamento de muitos projetos. Políticas estaduais, como as propostas pelo California Air Resources Board (CARB), que restringem créditos para biocombustíveis derivados de óleo de soja, também adicionam complexidade à situação.


 

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