CI

Bateleur projeta safra recorde de soja no Brasil, mas alerta para perdas no RS devido à estiagem

Safra nacional de grãos será de 325 milhões de toneladas



Foto: Divulgação

Referência em fusões e aquisições e em consultoria estratégico-financeira na Região Sul do Brasil, a Bateleur reuniu as principais perspectivas para o agronegócio em um relatório econômico que está sendo lançado durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. O estudo “Cenário do Agronegócio – Brasil e Rio Grande do Sul” traz estimativas para as safras de soja, milho, trigo e arroz, além de projeções para a avicultura, a bovinocultura e a suinocultura.

Segundo o relatório, a projeção para a safra nacional de grãos é de 325 milhões de toneladas, um crescimento de 9% em relação ao período anterior. No Rio Grande do Sul, diante da estiagem dos últimos dois meses, a expectativa para a atual safra é de que sejam produzidas 36,7 milhões de toneladas de grãos – volume inferior à safra passada e com forte dependência de uma melhora das condições hídricas. Já a pecuária gaúcha apresenta um quadro mais positivo, impulsionada por um cenário benéfico para a rentabilidade dos produtores.

Principais perspectivas 
 
Soja 

Intercorrências climáticas, em geral ligadas a falta de chuvas, devem causar perdas nas safras do Rio Grande do Sul, assim como no Paraguai, Uruguai e Argentina. Complicações na safra atual podem levar a uma diminuição do nível de estoque de soja, situado atualmente no patamar de 30% da demanda global, perto do recorde histórico.

A projeção para a safra atual no RS é de cerca de 18 milhões de toneladas, queda de 6% em relação ao ano anterior, com forte dependência de uma melhora nas condições climáticas do estado. No Brasil, perspectiva é de safra recorde, totalizando 166 milhões de toneladas, aumento de 12% em relação a produção passada.
 
Milho 
O atraso no plantio da soja estendeu o início da colheita do grão até março, diminuindo período da segunda safra, conhecida como safrinha. O Rio Grande do Sul é o principal produtor da primeira safra de milho e, portanto, não deve ser muito afetado pelo atraso da safrinha, ao contrário dos estados da região Centro-Oeste, que tem na segunda safra sua maior produção.

A produção de milho deve atingir aproximadamente 5 milhões de toneladas no RS, mesmo patamar que no ano passado. A projeção da safra do país é de 122 milhões de toneladas, 6% superior em relação à anterior.
 
Trigo 
A cotação do grão é altamente dependente do sudeste asiático, que concentra 85% da produção mundial de trigo. A expectativa é de redução na oferta global do grão nesse ano, a partir de complicações climáticas na Rússia. Além disso, a produção e a exportação de trigo da Ucrânia foram afetadas pela guerra, devendo passar por um processo de normalização a partir do fim do conflito.

No RS, a estimativa é de uma produção de 4 milhões de toneladas, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Para o Brasil, projeção é de 9 milhões de toneladas, 15% maior em relação à safra passada.
 
Arroz 
A retomada das exportações da Índia, que haviam cessado no último ano, vem gerando uma pressão negativa nos preços do grão. A expectativa é de uma produção de 8 milhões de toneladas no RS, 12% acima do ano anterior. No país, a projeção é de 12 milhões de toneladas, acompanhando o crescimento do Rio Grande do Sul, o maior produtor do grão.

Apesar da ocorrência de temperaturas acima da média histórica ao longo do cultivo, o potencial produtivo da safra está em linha com a projeção inicial de produtividade. Mesmo com um aumento de 6% na área plantada, expectativa é que a margem dos produtores permaneça acima da média histórica.
 
Avicultura 
A produção global deve atingir patamar recorde de 105 milhões de toneladas, com crescimento de 2% em relação a 2024. No Brasil, expectativa é de 16 milhões de toneladas.

O surto de doença de Newcastle, ocorrida em julho do ano passado no RS, não gerou maiores impactos na produção e exportação do país. Novas restrições, entretanto, podem limitar a relação comercial do estado. A vantagem brasileira em relação ao mercado global advém do preço competitivo da ração, somado aos custos trabalhistas mais baixos em comparação com países desenvolvidos.
As exportações do Brasil devem seguir expansão a partir de um cenário livre de doenças, com surtos limitados a aves selvagens e rebanhos de quintal, além de contar com custos de produção competitivos. 
 
Bovinocultura 
A pecuária brasileira passa por um processo de virada no ciclo, com restrição na oferta e tendência de alta nos preços. O nível de abate de fêmeas no Brasil foi o maior da história em 2024, cenário que motivou um aumento na cotação dos bezerros no final do último ano, impulsionando a volta da retenção das fêmeas. 

A projeção para a produção no país é de 12 milhões de toneladas, com queda de 1% em relação ao ano anterior. A expectativa global também é de redução, com projeção de 61 milhões de toneladas.
                                               
Suinocultura 

A projeção da produção global é de 115 milhões de toneladas, 1% menor que no ano anterior. No Brasil, expectativa é de 5,5 milhões de toneladas, 2% acima de 2024. O abate de suínos no país cresceu em média 3,3% ao ano nas últimas duas décadas, e a Região Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional.
 
Sobre a Bateleur  
Com escritórios em Porto Alegre e Florianópolis, a Bateleur é referência em fusões e aquisições (M&A) e em consultoria estratégico-financeira para grandes corporações na Região Sul do Brasil. Em seu portfólio, estão relevantes transações societárias e operações estruturadas, além de projetos em setores como banking, agronegócio, varejo, energia e saúde.  

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.