Cotação do algodão atinge menor nível desde a pandemia
Controle de pragas foi prejudicado pelas chuvas

A semeadura do algodão em Mato Grosso foi concluída, mas as chuvas frequentes atrasaram a colheita da soja e, consequentemente, comprometeram o calendário ideal para o plantio da fibra. De acordo com o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma parcela significativa das lavouras foi implantada fora do período recomendado.
Apesar das adversidades climáticas, os períodos intercalados de sol ao longo de fevereiro favoreceram o desenvolvimento das lavouras e o manejo operacional. O relatório aponta que as plantações mantêm boa estrutura vegetal e área foliar preservada. No entanto, o controle de pragas foi prejudicado pelas chuvas, causando atrasos na Aplicação de defensivos contra o bicudo-do-algodoeiro, lagartas, mosca-branca, pulgões e tripes. Com a melhora nas condições climáticas, as operações de manejo vêm se normalizando.
Mesmo com os preços mais elevados do milho, que poderiam tornar a cultura mais atrativa para os produtores, o algodão continua sendo semeado em grande escala no estado. A Conab projeta um aumento moderado na área plantada.
Por outro lado, a cotação do algodão apresentou queda expressiva no mercado internacional. Segundo o Boletim Semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço do contrato corrente em Nova York atingiu o menor patamar desde julho de 2020, período marcado pela pandemia de Covid-19.
"Os preços da pluma seguem pressionados pela oferta global superior à demanda. Desde junho de 2024, a tendência tem sido de desvalorização", apontou o relatório do Imea. Na última semana, o preço médio da fibra fechou em ¢US$ 63,44 por libra-peso, com queda de 2,97% em relação à semana anterior.
O cenário externo também influencia o mercado. "A política tarifária dos Estados Unidos sobre China, Canadá e México tem impactado diretamente as cotações do algodão na bolsa de Nova York. Até que os reflexos dessas medidas sejam absorvidos pelo mercado, não há expectativa de valorização significativa no curto prazo", concluiu o relatório do instituto.