Milho: mercado físico devem seguir tendência de alta
O plantio da segunda safra enfrenta atrasos
Segundo dados da análise do especialista do Grão Direto divulgada nesta segunda-feira (03), o mercado do milho segue com expectativa de alta nas cotações, impulsionado pelo setor de etanol de milho e pelo atraso no plantio da segunda safra. A valorização do etanol, aliada ao impacto do câmbio e do clima, pode favorecer produtores que buscam oportunidades de venda e contratos futuros.
A demanda pelo milho nas usinas de etanol deve aumentar devido ao cenário dos combustíveis. O governo tem mantido os preços da gasolina artificialmente baixos, mas, com a alta no mercado internacional, espera-se um ajuste gradual. Com a gasolina mais cara, o etanol tende a se valorizar, melhorando as margens das usinas e elevando o poder de compra do milho. Isso pode beneficiar os produtores, que terão a chance de travar contratos futuros em um momento de incertezas climáticas e cambiais.
O plantio da segunda safra enfrenta atrasos, mas o impacto na área cultivada ainda é incerto. O alto custo dos insumos, refletindo a valorização do dólar, e a janela de plantio serão fatores determinantes para a decisão dos agricultores. No estado de Goiás, produtores já indicam redução da área plantada, com 30% das terras destinadas apenas para cobertura do solo. Outros estão diversificando o plantio, mesclando milho e sorgo devido à maior resistência do sorgo a condições adversas.
Com a expectativa de menor oferta, as cotações do milho na B3 e no mercado físico devem seguir tendência de alta, refletindo a preocupação com a produção doméstica e a demanda crescente pelo grão.