O que precisamos aprender no controle do greening?
Ele é causado pelas bactérias Candidatus Liberibacter spp.
Isan Rezende, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (FEAGRO MT), alerta para os riscos do greening, uma doença devastadora que está transformando o cenário da citricultura global. Nos Estados Unidos, o impacto foi catastrófico: empresas como a Alico Inc., uma das maiores produtoras de laranja do país, tiveram seus negócios arruinados. A produção norte-americana, que chegou a superar 240 milhões de caixas anuais no início dos anos 2000, deve atingir apenas 12 milhões na safra 2024/2025, segundo previsões.
O greening, também conhecido como huanglongbing (HLB), é causado pelas bactérias Candidatus Liberibacter spp., que afetam folhas e frutos, provocando amarelecimento, manchas irregulares e malformações. A doença é incurável e exige o arranquio imediato das plantas contaminadas para evitar a disseminação. No Brasil, o greening foi identificado pela primeira vez em 2004, no município de Araraquara (SP), forçando produtores a buscar novas áreas de cultivo, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Recentemente, o grupo Cutrale anunciou um investimento de mais de R$ 500 milhões na implantação de pomares em Sidrolândia (MS), reforçando o papel estratégico da região no enfrentamento dos desafios da citricultura. Contudo, Isan Rezende enfatiza que o controle preventivo é indispensável para evitar a disseminação da doença. O Brasil, responsável por 70% do suco de laranja consumido no mundo, tem na citricultura uma de suas principais forças no agronegócio.
“A doença é preocupante e o controle sanitário preventivo é muito importante para a cultura de laranja no Brasil. A cada 10 copos de suco de laranja consumido no mundo, 7 são produzidas no Brasil”, comenta.