É preciso seguir monitorando o trigo
Por outro lado, alguns fatores exercem pressão de baixa nos preços
Nos Estados Unidos, a seca afeta 27% das áreas de trigo de inverno - Foto: Divulgação
O mercado de trigo apresenta cenários variados de alta e baixa, influenciados por fatores globais e regionais. O Instituto IKAR alertou que a participação da Rússia nas exportações globais de trigo no ciclo comercial 2024/2025 deve cair para 20%, comparada aos 25% anteriores, embora o país mantenha a liderança nas exportações.
Nos Estados Unidos, a seca afeta 27% das áreas de trigo de inverno, um leve alívio em relação aos 30% registrados no ano passado. No Brasil, há baixa disponibilidade de trigo em grão de qualidade, forçando um aumento de 12,06% nas importações até novembro e previsões de um crescimento de 17,98% nos próximos 30 dias. Essa dinâmica deve elevar os preços, com o trigo argentino já custando 41,58% a mais que o nacional.
Por outro lado, alguns fatores exercem pressão de baixa nos preços. Na Argentina, a colheita já alcança 88,5% da área, com rendimentos médios em alta, atualmente em 2.990 kg/ha. A previsão de produção do BCBA permanece em 18,60 milhões de toneladas, somada a 4,2 milhões de estoque inicial, formando uma das maiores disponibilidades da década. A Ucrânia também contribui para a pressão de baixa, tendo exportado 9,61 milhões de toneladas no atual ciclo comercial, um crescimento de 32,37% em relação ao ano anterior.
No Brasil, embora a safra local seja menor em volume e qualidade, sua baixa utilização até o momento representa uma disponibilidade considerável. Muitos moinhos operaram com percentuais de moagem reduzidos no último trimestre, com exceção dos que utilizam trigo importado, como os situados no litoral. Essa combinação de fatores sugere um mercado com oscilações, no qual os agentes precisarão monitorar tanto a oferta internacional quanto os custos locais para uma melhor gestão estratégica.
