Trigo cai em Chicago, mas alerta global é para déficit na safra

As cotações internacionais do trigo recuaram fortemente na semana analisada. Na Bolsa de Chicago, o grão fechou o dia 24 de abril a US$ 5,29 por bushel, contra US$ 5,48 no fechamento anterior. Apesar disso, o mercado está atento ao risco de desequilíbrio entre oferta e demanda global em 2025/26. Segundo informações da CEEMA, o plantio do trigo de primavera nos Estados Unidos alcançou 17% da área estimada, acima da média histórica de 12%. O trigo de inverno também apresentou dados mistos: 45% das lavouras estavam entre boas e excelentes, enquanto 21% foram classificadas como ruins ou muito ruins.

Ainda assim, as projeções internacionais apontam para um possível déficit. O Conselho Internacional de Grãos estima a produção mundial em 806 milhões de toneladas, abaixo do consumo estimado em 814 milhões. Com isso, os estoques finais podem cair para 260 milhões de toneladas, sinalizando aperto no balanço global.

A Ucrânia prevê uma colheita de 17,9 milhões de toneladas, a menor em 13 anos, com queda de 23% em relação ao ciclo anterior. A Rússia projeta entre 79,7 e 82,5 milhões de toneladas, números que podem manter o país como exportador competitivo, mas com menor volume disponível que nos anos anteriores.

A soma das reduções na oferta de Ucrânia e Rússia, que representam juntas cerca de 30% da produção global, pressiona o mercado. Ao mesmo tempo, os cinco maiores exportadores – Argentina, Austrália, Canadá, União Europeia e EUA – seguem atentos aos efeitos do clima e à demanda global.

O próximo relatório do USDA, previsto para 12 de maio, será fundamental. O documento trará as primeiras estimativas para a nova safra global de grãos. Até lá, a volatilidade deve seguir elevada, com investidores atentos aos sinais de oferta e demanda em um mercado já tensionado.