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Qualidade do arroz colhido preocupa em algumas regiões

Produtividade do arroz varia com clima e manejo



Foto: Pixabay

A colheita do arroz no Rio Grande do Sul alcançou 87% da área cultivada, segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (25) pela Emater/RS-Ascar. O avanço foi favorecido por uma sequência de dias secos ao longo da primeira quinzena de abril, embora em algumas localidades, especialmente no início do período, a ocorrência de neblina e dias nublados tenha dificultado os trabalhos no campo.

“O clima voltou a colaborar a partir de 17 de abril, o que acelerou os trabalhos nas lavouras”, informou a Emater. No entanto, o excesso de chuva entre o fim de março e o início de abril interrompeu momentaneamente a colheita em diversas áreas, levando ao represamento de parcelas prontas para a operação. Segundo a entidade, “os grãos que já haviam atingido a umidade ideal voltaram a absorver água, prejudicando sua qualidade final”.

Com a retomada do tempo seco, os teores de umidade nos grãos caíram para níveis inferiores a 18%, considerados adequados para colheita com menor risco de danos mecânicos. Apesar disso, a grande variação térmica — com máximas acima de 30 °C e mínimas abaixo de 10 °C — tem aumentado a suscetibilidade à quebra durante o beneficiamento, afetando a classificação comercial.

Na Fronteira Oeste, o município de Uruguaiana colheu 90% dos 76,5 mil hectares cultivados. Em Itaqui, o índice chegou a 91% dos 67 mil hectares. Nesses locais, técnicos alertam para a queda na proporção de grãos inteiros, o que pode influenciar negativamente na precificação. Em São Gabriel, 80% da área cultivada foi colhida, com produtividade considerada elevada, mas já há relatos de dificuldades logísticas para escoamento nos engenhos devido ao volume colhido simultaneamente por vários produtores.

Na Campanha, em Bagé, 80% da colheita foi concluída. Segundo a Emater, “as produtividades variam conforme a época de implantação das lavouras e o manejo hídrico”. Em Pelotas, a colheita atinge 95% em municípios como Pedras Altas, Tavares e Capão do Leão, com rendimento médio estimado em 8.900 kg/ha.

Na região de Santa Maria, a colheita ultrapassou 85%, com destaque para Cachoeira do Sul, onde 90% da área já foi colhida. Na de Santa Rosa, produtores que concluíram a colheita iniciaram o uso do rebrote para pastejo bovino e avaliam a implantação de pastagens de inverno. A prática visa diversificação da renda e benefícios ao solo.

Em Soledade, o clima favorável também permitiu o avanço da colheita, que chegou a 87%. A produtividade permanece elevada, mas em algumas áreas foram observados grãos chochos devido ao estresse térmico na fase de floração.

O preço médio da saca de 50 quilos de arroz no estado manteve-se estável na última semana, cotado a R$ 76,08, conforme levantamento da Emater/RS-Ascar.

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